ALTO DO RODRIGUES RN-Xadrez do fator Eduardo Cunha
A graça de um cenário é quando consegue identificar fatos pouco conhecidos, montar ilações pouco percebidas, tirar conclusões inesperadas.
Não é o caso da prisão do ex-deputado Eduardo Cunha, respeitosamente detido pela Polícia Federal, com autorização do juiz Sérgio Moro, e com a recomendação de não fazerem espetáculo.
As conclusões unânimes são as seguintes:
1. Eduardo Cunha era pato manco desde o ano passado. Era um caso de prisão óbvia.
2. Nunca pertenceu ao establishment político e midiático, como Aécio Neves e José Serra. Portanto, seria mínima a linha de resistência à prisão.
3. O grupo da Lava Jato, juiz Sérgio Moro à frente, conta que, com a prisão, se consiga demonstrar um mínimo de imparcialidade, ampliando a força para uma futura prisão de Lula.
Essas são as conclusões óbvias. Os desdobramentos, são mais imprevisíveis.
Ninguém minimamente informado tem a menor dúvida sobre a parcialidade da Lava Jato e sobre as estratégias políticas por trás de cada operação. Nas vésperas das eleições municipais, foram mais três operações com estardalhaço sobre alvos petistas.
Agora, uma operação discreta sobre um não-petista.
Há os objetivos óbvios da Lava Jato e os desdobramentos ainda obscuros.
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