A PALAVRA DO DIA-O Vento – Atos 2.1-2


Compartilhe Tweet
Daniel Lüdtke, escreveu no hino intitulado O Vento: “Pra onde vai, de onde vem, não podemos dizer, só sentir o que Ele faz, o que Ele traz, seus efeitos em mim. O vento, sopra em mim, não vejo, mas vejo o seu agir”. A Bíblia tem vários momentos onde o vento foi um fator importante. Está relacionado ao agir de Deus e as sensações, o que passa na nossa mente e coração. Hoje é Pentecostes, aniversário da Igreja Cristã, dia de festa, alegria, mas, sobretudo, de reflexão e consagração. No Novo Testamento o Espírito Santo é representado em três formas: como pomba, como fogo e como vento.

Lemos em Atos 2.1-2: “Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar. De repente veio do céu um som, como de um vento muito forte, e encheu toda a casa na qual estavam assentados”. A vinda do Espírito Santo consagra as promessas de Jesus nos evangelhos. Em Jo 14.16-17 Jesus promete o envio de um defensor, um intercessor, aquele que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito, nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo em meio à dificuldades, fragilidades e sob tentação da tristeza e dor. Em Mateus 28.18-20 em sua grande comissão, Jesus promete estar com os seus até a consumação do século. É na terceira pessoa da Trindade que isso se faz possível, que isso se concretiza.

A ilustração do vento traz aspectos importantes para nossa reflexão. Jesus diz: “O vento sopra onde quer. Você o escuta, mas não pode dizer de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todos os nascidos do Espírito”. (Jo 3.8) O vento é livre e independente! Não podemos agarrá-lo com as mãos, nem o prender ou limitar. Não sabemos quando vem ou quando vai, de onde vem ou para onde vai. Podemos sentir, mas não podemos ver. Assim como o vento “sacode o bambuzal”, o Espírito Santo pode nos fazer mudar de direção, enxergar as coisas de outro ângulo, sentir e agir diferente. Assim como não detemos a força do vento, não podemos deter seu agir em nós.Igualmente é o processo de Santificação que procede a Justificação. Convencidos pelo Espírito de Deus que somos justificados por sua graça, mediante a fé, somos chamados a uma resposta de fé, testemunhada em palavras e ações.

Lutero mesmo escreve no Catecismo Menor: “Creio que, por minha própria inteligência ou capacidade, não posso crer em Jesus Cristo, meu Senhor, nem chegar a Ele. Mas o Espírito Santo me chamou pelo Evangelho, iluminou com seus dons, santificou e conservou na verdadeira fé”. […]“Assim também chama reúne, ilumina e santifica toda a Igreja na terra, e em Jesus Cristo, a conserva na verdadeira e única fé”. Atente: só conseguimos experimentar isso e viver em novidade de vida, a partir do agir do Espírito Santo em nós. Isto é a santificação. Uma mudança que não parte de nós, mas vem de fora, extra nós, é ação divina. A ação do Espírito Santo, em última análise, sempre nos aponta para Cristo. Ele é a essência da verdadeira fé.

É para Ele que nossos olhos devem focar e é por Ele que nosso coração deve arder como aconteceu com os discípulos de Emaús.Assim como vento empurra, tira do lugar, faz mover. O agir do Espírito Santo em nós, nos tira da área de conforto, nos move em direção a algo ou alguém. Podemos sentar, dialogar e celebrar, não apenas entre os da mesma confissão de fé, mas com outras denominações cristãs. Assim como pudemos fazer semana passada na SOUC – Semana de Oração pela Unidade das Pessoas Cristãs. Na passagem bíblica da SOUC, lembra-se que Jesus é a videira, nós, os ramos. Assim como os ramos da videira, embora parecidos, são diferentes entre si em tamanho e espessura, as denominações cristãs também possuem suas diferenças, mas importa que estejam unidas a videira, a essência, que é Cristo.
Daniel Lüdtke escreve: “sem notar e nem ver, sinto a força que me fez reviver. O vento sopra em mim, não vejo, mas vejo o seu agir”. Assim como o vento refresca, o agir do Santo Espírito também acalma, traz sabedoria, certeza, serenidade. Ao nos envolver, sentimos o colo do Pai eterno, do Deus do amor…Um Deus invisível aos nossos olhos, mas sempre presente, como uma brisa suave, um vento que acalma, mas também anima e faz viver. Amém.
P. Marcio S. da Costa

Avisos da semana: culto neste domingo às 9h30, presencial com capacidade para 40 pessoas. Inscrição até hoje às 16h na secretaria. Haverá transmissão do Culto Sinodal pelo Facebook: Luterana Montenegro.Traga na secretaria sua doação alimentos não perecíveis, produtos de higiene pessoal e limpeza.

LEIA MAIS
VII Domingo do Tempo Pascal – Pentecostes O nascimento da Igreja
O vento e o Sol
Qual a sobrecarga da tua vida? – números 11.11-17, 24-25 Estimado leitor, irmão/ã em Cristo!

Rate this post



Comentários com Facebook




Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.