Em Gálatas 1, Paulo começa a revelar o propósito da carta: combater os falsos ensinos dos mestres judaicos, que estavam perturbando a ordem entre os cristãos da Galácia.

Paulo chama a atenção, sobre o fato dos Gálatas terem se desviado do evangelho anunciado por ele, cuja autoridade é atestada pelo Espírito Santo através dos frutos de seu ministério e também pelo apóstolos.

Ele fundamenta o valor da sua pregação, também no milagre de sua conversão: “Vocês ouviram qual foi o meu procedimento no judaísmo”. Paulo foi grande perseguidor do Evangelho e passou a defendê-lo após um encontro fantástico com Cristo.

 

Esboço de Gálatas 1:

Gálatas 1.1 – 5: Saudação

Gálatas 1.6 – 10: Gálatas abandonam o verdadeiro Evangelho

Gálatas 1. 11 – 24: A origem do Evangelho anunciado por Paulo

 

Eles Abandonaram o Evangelho

ADMIRO-ME DE QUE VOCÊS ESTEJAM ABANDONANDO TÃO RAPIDAMENTE AQUELE QUE OS CHAMOU PELA GRAÇA DE CRISTO, PARA SEGUIREM OUTRO EVANGELHO. (GÁLATAS 1:6)

Aqui o apóstolo chega ao corpo da epístola. Ele começa fazendo uma repreensão mais geral a essas igrejas por causa da sua inconstância na fé. Mais tarde ele continua tratando desse assunto.

Aqui podemos observar: quanto ele estava preocupado com o afastamento deles: “Maravilho-me…”. Ele estava profundamente surpreso e triste.

O pecado e a loucura deles eram, que não haviam se apegado à doutrina do cristianismo como tinha sido pregada, mas haviam se afastado da pureza e simplicidade dela.

E houve diversas coisas que agravaram a deserção deles: Que tão “…depressa passásseis daquele que vos chamou…”.

Eles não somente estavam abandonando o apóstolo, que tinha sido o agente para chamá-los à comunhão do evangelho, mas também a Deus, por cuja ordem e orientação o evangelho havia sido pregado a eles, e eles haviam sido convidados a participar dos privilégios desse evangelho.

Por isso, eles eram culpados de abusar da bondade e misericórdia do Senhor.

Chamados à Graça de Cristo

Eles tinham sido chamados “…à graça de Cristo”. Tal como o evangelho que tinha sido pregado a eles era a descoberta mais gloriosa da graça e misericórdia divinas em Jesus.

Assim eles tinham sido chamados para participar das maiores bênçãos e benefícios, tais como a justificação e reconciliação com Deus aqui, e a vida eterna e felicidade no futuro.

Essas bênçãos o nosso Senhor Jesus comprou com seu precioso sangue e livremente as concede a todo aquele que sinceramente o aceita.

O pecado e a loucura deles em abandonar isso e permitir que fossem desviados do caminho eram muito sérios, uma vez que o privilégio que eles tinham desfrutado era muito grande.

Apressados em Pecar

Eles “…tão depressa…” estavam abandonando aquele que os havia chamado. Em pouco tempo eles perderam o gosto e apreço pela graça de Cristo, e tão facilmente deram ouvidos àqueles que ensinavam que a justificação era obtida pelas obras da lei.

Muitos tinham sido criados de acordo com as opiniões e noções dos fariseus e mesclavam esse ensino com a doutrina de Cristo, e dessa forma a corrompiam.

Com isso, além de ser um exemplo da fraqueza deles, foi também uma agravante da culpa.

Um Outro “Evangelho”

MAS AINDA QUE NÓS OU UM ANJO DO CÉU PREGUE UM EVANGELHO DIFERENTE DAQUELE QUE LHES PREGAMOS, QUE SEJA AMALDIÇOADO! (GÁLATAS 1:8)

Eles passaram “…para outro evangelho, o qual não é outro”. Dessa forma o apóstolo mostra claramente a doutrina desses mestres judaizantes.

Ele a chama de outro evangelho, porque expunha um caminho diferente de justificação e salvação daquele que era revelado no evangelho, a saber, pelas obras, e não pela fé em Cristo.

Ele acrescenta: “…o qual não é outro – vocês perceberão que, na verdade, não é evangelho nenhum – realmente não é um outro evangelho, mas a perversão do evangelho de Cristo e a deturpação dos fundamentos do verdadeiro evangelho’’.

Dessa forma ele anuncia que aqueles que procuram estabelecer um outro caminho para o céu, diferente daquele que o evangelho de Cristo revelou, são culpados de uma deturpação grosseira dele e estão desgraçadamente enganados.

Assim, o apóstolo busca inculcar nesses gálatas um sentimento devido da sua culpa pelo fato de abandonarem a justificação apresentada pelo evangelho.

Com Ternura

COMO JÁ DISSEMOS, AGORA REPITO: SE ALGUÉM LHES ANUNCIA UM EVANGELHO DIFERENTE DAQUELE QUE JÁ RECEBERAM, QUE SEJA AMALDIÇOADO! (GÁLATAS 1:9)

Ao mesmo tempo ele modera sua repreensão com brandura e ternura ao retratá-los mais como os que foram atraídos para essa posição pela artimanha de alguns que os perturbaram o que como os que seguiram esse caminho por iniciativa própria.

Isso, na verdade, não os desculpava, mas era uma atenuante para o engano deles. Dessa forma, ele nos ensina que, ao repreendermos alguém, deveríamos ser brandos, e esforçar-nos em encaminhar “…o trato com espírito de mansidão” (Gálatas. 6.1).

Ele estava confiante de que o evangelho que lhes tinha pregado era o único e verdadeiro evangelho. Ele estava tão completamente persuadido disso que pronunciou um anátema contra aqueles que buscavam pregar outro evangelho (Gálatas 6.8).

Eles precisavam ver que isso não procedia de precipitação ou zelo excessivo dele, por isso repetiu essa advertência (Gálatas 6.9). Isso não serve como justificativa para trovejar anátemas contra aqueles que divergem de nós em coisas insignificantes.

Isso vale somente para aqueles que forjam um novo evangelho, que destroem o fundamento do pacto da graça, colocando as obras da lei no lugar da justiça de Cristo e corrompendo o cristianismo com o judaísmo.

Paulo apresenta o caso: “Imaginem que pregássemos um outro evangelho; não somente isto, mas suponham que um anjo do céu o fizesse”, como se fosse possível que um anjo do céu fosse o mensageiro de uma mentira.

Ele expressa isso para reforçar o que estava a ponto de dizer. “Se um outro evangelho for pregado a vocês por qualquer outra pessoa, em nosso nome, ou sob o pretexto de tê-lo diretamente de um anjo.

Vocês devem concluir que estão sendo enganados; e quem quer que pregue um outro evangelho está se colocando debaixo de maldição, e está em perigo de colocá-los debaixo da mesma maldição”. (Henry, Matthew, Comentário de Atos a Apocalipse)

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