FOTOS IMAGENS-FIM DOS TEMPOS-Família de bebê morto com dentadas em SP acusa suspeita: ‘Nunca foi mãe’
Mãe e padrasto são suspeitos de agredirem bebê em Praia Grande (SP) — Foto: Reprodução/Facebook
A família do pai do bebê que morreu após socos e mordidas em Praia Grande, no litoral de São Paulo, acredita que essa não foi a primeira vez que a criança foi agredida. Familiares ouvidos pelo G1 nesta terça-feira (7) disseram que a mãe não cuidava bem dos filhos e que o pai das crianças já tinha pedido para que a família ficasse de olho nos meninos. O padrasto foi preso suspeito de homicídio e a mãe por falso testemunho, após ter mentido para tentar proteger o companheiro.
O casal foi preso em flagrante na segunda-feira (6) após levarem Anthony Daniel de Andrade Moraes, de um ano e três meses, já morto para o hospital. No atendimento, a equipe médica constatou diversas fraturas, mordidas no rosto e hematomas espalhados pelo corpo do bebê. Os dois disseram que Anthony teria caído da escada dois dias antes mas, após suspeitas da polícia, foram detidos.
Bruna Neves, de 36 anos, é irmã do pai de Anthony e contou ao G1 que a mãe do bebê, Giulia Cândido, de 21 anos, e o irmão tiveram um relacionamento longo que acabou há pouco tempo. Os dois, que têm outro filho de cinco anos, moravam no interior de São Paulo, próximos à família e, quando o casal se separou, pouco tempo depois Giulia começou a se relacionar com outra pessoa e se mudou para o litoral.
Mãe é presa por falso testemunho ao contar histórias diferentes sobre morte do filho. — Foto: Reprodução
Bruna afirma que Giulia sempre afastou as crianças da família e, nos últimos meses, não teve contato com Anthony e nem com o outro sobrinho. O pai das crianças está preso e, antes de ser detido, tinha pedido para que a irmã cuidasse das crianças.
“Ela nunca foi mãe e meu irmão sabia disso, mas gostava muito dela. Por ela, as crianças viveriam jogadas, meu irmão era quem cuidava. Quando ele estava perto ela tratava eles bem, quando não estava não tratava.”
Atendendo ao pedido do irmão, Bruna chegou a passar alguns finais de semana com as crianças após ele ser preso mas, depois que Giulia começou a se relacionar com Ronaldo Silvestrini Junior, de 22 anos, a jovem decidiu se mudar da cidade e a tia passou a ver menos os sobrinhos. Ela disse ainda que a família não conhecia o rapaz e que não tinham qualquer proximidade.
Anthony Daniel de Andrade Moraes, de um ano e três meses, morreu após socos e mordidas; a mãe e o padrasto foram presos em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
Ela ficou sabendo da morte de Anthony na madrugada de segunda-feira e a primeira versão que ouviu foi que ele tinha caído da escada. “Depois descobrimos a verdade. O mais velho, que foi levado para o abrigo, também está cheio de hematomas, também foi espancado. Foi ele que espancou as crianças.”
O irmão mais velho de Anthony, que foi levado para um abrigo em Praia Grande após a prisão do casal, já foi acolhido pela família do pai, que recebeu autorização da Justiça para levá-lo para casa. Para Bruna, o casal tem que pagar pelo que fez.
“Eu acho que essa não foi a primeira vez que ele apanhou. O que eles fizeram com o meu sobrinho não se faz com um bebê, um bebê de um ano. É um absurdo e eles têm que pagar por isso”, finaliza.
A avó paterna, Sílvia Helena Marcelino de Moraes, disse que já havia recebido informações de que os netos eram maltratados. “Todos os vizinhos da rua falavam que ela judiava muito da criança. Inclusive, uma amiga disse que ela batia no mais velho como gente grande.”
O padrasto foi detido por homicídio triplamente qualificado e a mãe por falso testemunho, com fiança fixada em dez salários mínimos. O caso segue sendo investigado pelo DP Sede de Praia Grande.
Anthony Daniel de Andrade Moraes, de um ano e três meses, morreu após socos e mordidas; a mãe e o padrasto foram presos em Praia Grande (SP) — Foto: Arquivo Pessoal
Agressão
Anthony foi levado pelo padrasto à Unidade de Pronto Atendimento Samambaia por volta das 23h40 de domingo (5), já sem vida. A Polícia Militar foi chamada depois que os enfermeiros de plantão encontraram hematomas, fraturas e mordidas no corpo da criança.
De acordo com o relato das testemunhas à polícia, a criança chegou à unidade de saúde com sangue na boca, sendo carregado por Ronaldo. O bebê tinha uma mordida no rosto que o padrasto afirmou ter sido feita por um filhote de cachorro da família. Contestado sobre ser dentição humana, ele respondeu que teria sido um outro filho do casal, de cinco anos, que mordeu o pequeno.
Ainda de acordo com o depoimento dado à polícia, o padrasto relatou que colocou a criança para dormir às 19h de domingo após tomar mamadeira. Quando Giulia chegou do trabalho, por volta das 20h, ela teria visto o filho de longe, enrolado no cobertor, e não quis acordar o bebê, saindo para comprar salgado para o outro filho.
Já por volta das 23h30 a mãe decidiu olhar o filho, quando percebeu que a criança já estava morta no berço. Os dois enrolaram o bebê em um cobertor e levaram à emergência. Questionados sobre os ferimentos de Anthony, o casal se contradisse, dizendo primeiro que não lembravam dele ter se machucado e, já na delegacia, afirmando que ele havia caído há dois dias do alto de uma escada em formato ‘caracol’ na casa onde residem.
Questionada sobre o motivo de não ter levado a criança ao hospital, a mãe disse à polícia que não teve tempo pois trabalha muito. Em exames, foi constatado que Anthony tinha fratura no crânio, tórax, clavícula, no nariz, mandíbula e presença de sangue no ouvido e diversos hematomas na testa e no rosto.
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