FOTOS IMAGENS-Sensível, vencedor e amigo: familiares e amigos se despedem de Caio Júnior
Amigos, familiares, torcedores de diversos times e fãs se despediram do técnico Caio Júnior na manhã deste domingo, na Igreja dos Passarinhos, em Curitiba. A missa de corpo presente ficou lotada e teve a presença de personalidades do mundo do futebol, como o técnico do Palmeiras, Cuca, Paulo Autuori, do Atlético-PR, o ex-jogador Alex, Ricardinho e o atacante do Corinthians, Jô, além de vários atletas do Paraná Clube, entre eles o goleiro Marcos, em sua maioria amigos pessoais do treinador da Chapecoense. Caio Junior será cremado em cerimônia reservada à família ainda neste domingo, assim como o auxiliar técnico Eduardo de Castro Filho, o Duca. O analista de desempenho da Chapecoense, Luiz Felipe Grohs, o Pipe Grohs, será velado e sepultado no cemitério Iguaçu.
Em clima de bastante comoção, a missa teve um tom triste e de despedida, mas também de memória sobre a personalidade de Caio Júnior. Entre eles, o jogador Jô lembrou que trabalhou com ele nos Emirados Árabes e que o treinador é um dos responsáveis pelas mudanças em seu comportamento.
– Tive o prazer de jogar sete meses com ele nos Emirados Árabes. Sou muito grato à família, os filhos e não poderia deixar de prestar minha homenagem. Ele foi um professor dentro e fora de campo. O Caio sempre foi um um cara sério, honesto, uma pessoa íntegra e de família.
“Estava indo para a glória”, lembra Alex
Homem de sorriso franco, simples e que passava por um grande momento. Foi como o ex-jogador Alex lembrou o amigo Caio Júnior. Além da proximidade por terem iniciado a carreira no futebol paranaense, Alex contou que esteve com o treinador nas últimas horas dele, antes do embarque da Chapecoense para Medellín, após a partida contra o Palmeiras, em São Paulo. Alex conta que Caio Júnior estava muito feliz com a possibilidade de levar a equipe catarinense ao seu maior título.
– Ele deixa uma imagem de simplicidade. Ele deixava as coisas muito simples, de uma maneira muito fácil. Passei as últimas horas com ele antes do voo. Estava com um sorriso franco e que trilhava um caminho espetacular como treinador. Ele estava indo para a tentativa de glória.
O caixão de Caio Júnior foi coberto por bandeiras do Paraná Clube e da Chapecoense. A torcida do Paraná Clube também esteve presente e fez uma homenagem no momento da chegada do corpo na Igreja com fogos e cânticos.
Abalado, Autuori lembra da sensibilidade de Caio
Também visivelmente abatido pela tragédia e a morte de Caio Júnior, o técnico do Atlético-PR, Paulo Autuori destacou a sensibilidade do amigo que fez quando o treinou em Portugal, na equipe do Vitória de Guimarães, em 1989. Com pausas longas em sua fala, Autuori não conteve o choro.
– O Caio vai estar sempre presente. Ele representa, e não vou usar o passado, a sensibilidade dentro do futebol, que é fundamental. O futebol embrutece as pessoas, porque só se pensa em vitória ou título e se esquece que somos seres humanos e temos sentimentos. O Caio nunca se deixou embrutecer. Era sensível, bondoso e humilde.
Também muito abalado, o técnico Cuca esteve próximo de Caio Júnior em seus últimos momentos. Os treinadores foram adversários na partida entre Palmeiras e Chapecoense, pelo campeonato Brasileiro, quando a equipe paulista confirmou o título de campeão após a vitória de 1 a 0 na Arena Palmeiras, pela última rodada. Cuca comentou ter achado curioso que, apesar da partida não ter importância para a equipe catarinense, identificou bastante tristeza entre eles após o jogo.
– (o Caio) Não demonstrava alegria e nenhum jogador da Chapecoense. Lembro que entrei em campo e cumprimentei uma meia dúzia, e todos estavam muito tristes como se tivessem perdido um título, que aquele jogo não valia isso. Foi uma coisa que marcou bastante e ficou esse sentimento.
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O paranaense Cuca também lembrou dos tempos em que treinou Caio Júnior no Grêmio e destacou a conquista dele já como treinador, quando levou o Paraná Clube pela primeira e única vez para a Libertadores da América, há dez anos.
– Guardo muitas memórias desde o tempo do Grêmio. Era um excelente jogador, finalizador e sabia fazer gol. Como treinador fez um grande trabalho no Paraná Clube e levando o time à Libertadores. Vivia um grande momentos da vida dele como profissional com a Chapecoense, que não é fácil chegar em uma final de Sul-Americana. Estava em nono no Brasileiro com um elenco bem reduzido. Era nítida a mão dele na equipe.
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