SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-Acordo com europeus deve ampliar exportações da fruticultura potiguar


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José Aldenir / Agora RN

José Vieira está otimista com acordo histórico entre Mercosul e União Europeia
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Os produtores de frutas do Rio Grande do Norte terão redução nas tarifas de exportações para a União Europeia como consequência do acordo de livre comércio firmado entre o Mercosul e o bloco econômico europeu. A expectativa é que o setor produtivo tenha uma janela mais ampla para o trânsito da fruticultura potiguar.

O acordo entre Mercosul e União Europeia foi fechado na última sexta-feira, 28 de junho, mas ainda é necessário que o Congresso Nacional aprove a parceria.  Após 20 anos de negociações, o tratado vai abranger um mercado de 780 milhões de pessoas e cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira, a mudança na taxação vai diminuir o custo da atividade, gerando mais renda e fortalecendo todo o setor. “Com as mudanças para a fruticultura, o RN vai ganhar muito, pois o imposto pago fora da janela de exportação [entre agosto e dezembro], que é de 28%, vai cair. Isso vai fortalecer ainda mais a nossa fruticultura”, detalhou, em entrevista nesta terça-feira, 2, à rádio Agora FM (97,9).

Segundo ele, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) ainda vai produzir uma nota técnica para esclarecer os produtores potiguares sobre o assunto. Dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) mostram que os países europeus respondem por 60% da receita com os embarques da fruticultura. O mercado anual está previsto em US$$ 800 milhões.

“O acordo será muito bom para o Brasil, mas vai precisar fazer algumas adequações em algumas áreas. No setor de agronegócio, nenhum país do mundo consegue produzir alimento mais barato – e de melhor qualidade – que o Brasil. Só no Brasil tem plantio direto. Isso significa que, numa grande plantação, há uma máquina que recolhe o trigo, por exemplo, e vem outra, logo em seguida, para plantar soja. Isso só acontece no Brasil”, analisa.

Ainda segundo José Vieira, a assinatura do tratado entre União Europeia e Mercosul chega num bom momento do setor da fruticultura potiguar. Há perspectiva de que, neste segundo semestre, o setor inicie as operações de envio de frutas para abastecer o mercado da China. “Essa abertura significaria uma dobra da nossa produção em curto prazo. De forma imediata, com o início das operações, a pauta de exportação subiria 30%. Isso é geração de emprego e renda”, falou Vieira.

Ainda de acordo com ele, o Rio Grande do Norte está se recuperando após um longo período de estiagem – cinco anos seca prolongada. “O momento é de retomada do setor do agronegócio potiguar. Passamos por um longo período de seca. Temos produção de leite e de carne, mas há alguns gargalos. Precisamos de uma indústria de porte médio para trabalhar com a produção de leite. Pois não há nada hoje, e os produtores estão sentindo falta”, reclama.

Contudo, o maior problema do Estado, na visão de José Vieira, é com relação ao setor de logística. Ele é favorável à privatização do Terminal Portuário de Natal. Para José Vieira, só o setor privado tem a capacidade de reestruturar o porto potiguar. “O governo não precisa se preocupar com Porto, mas com saúde e educação. Na minha concepção, os terminais portuários de Natal e de Areia Branca precisam ser entregues para a iniciativa privada. O governo não tem capacidade de investimento, e é preciso entregar esta estrutura para o setor privado”, reforça.

Ele reitera que há o interesse do setor privado em administrar a estrutura portuária da capital potiguar. “Se houver aumento da exportação de frutas, nós não temos como escoar toda essa produção. E só o investimento privado é que vai libertar o Rio Grande do Norte. O Porto de Natal é viável. A estrutura tem um índice de produtividade muito alto; é um dos melhores do mundo neste quesito”, encerra.

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