FOTOS IMAGENS-‘Não há expectativa sobre Venezuela voltar a abastecer Roraima’, diz porta-voz de concessionária de energia País suspendeu fornecimento de energia para Roraima em meio à apagão histórico. Sem o Linhão de Guri, estado depende de térmicas que gastam R$ 3,5 milhões por dia em diesel.



Sem energia da Venezuela, termelétricas estão abastecendo todo o estado de Roraima desde o dia 7 de março — Foto: Rede Amazônica Roraima/ ReproduçãoSem energia da Venezuela, termelétricas estão abastecendo todo o estado de Roraima desde o dia 7 de março — Foto: Rede Amazônica Roraima/ Reprodução

Sem energia da Venezuela, termelétricas estão abastecendo todo o estado de Roraima desde o dia 7 de março — Foto: Rede Amazônica Roraima/ Reprodução

O diretor de Relações Institucionais da concessionária Roraima Energia, Anselmo Brasil, disse nesta segunda-feira (15) que não há expectativa sobre a Venezuela voltar a fornecer energia para o estado.

O fornecimento pelo Linhão de Guri, que desde 2001 abastece Roraima, foi cortado no dia 7 do mês passado em meio a um apagão histórico no país vizinho. Desde então, o estado depende de quatro termelétricas locais que foram instaladas para complementar o fornecimento da Venezuela, mas que agora abastecem Roraima integralmente.

Em visita a Roraima na semana passada o ministro de Minas e Energias, Bento Albuquerque, disse que o governo brasileiro não tem avaliação se a Venezuela vai ou não voltar a fornecer energia para Roraima, único estado fora do Sistema Interligado Nacional (SIN). “Se eles [venezuelanos] se estabilizarem e voltarem a fornecer energia, nós estaremos prontos para receber”, declarou.

De acordo com o diretor da Roraima Energia, com a interrupção no fornecimento da energia venezuelana, as térmicas que antes geravam 50 MW têm produzido 130 MW a mais para substituir o abastecimento do Linhão de Guri. Há ainda a previsão do aporte de mais 28,5 MW em agosto e de instalação de fontes de energia renováveis no ano que vem.

“Acreditamos que acréscimo de 28,5 MW, já previsto desde outubro do ano passado, será suficiente para que nós possamos reequilibrar o sistema. Não só quanto à demanda existente quanto àquela que virá a aparecer, que cresce em média 4 ou 5% ao ano”, disse. “Quanto à Venezuela voltar a fornecer energia para Roraima, não temos expectativa”.

Conforme Brasil, mesmo funcionado integralmente as térmicas não têm apresentado falhas. A única delas, segundo ele, ocorreu na última quinta-feira (11) quando um blecaute afetou todos os municípios do estado.

Ele disse ainda que os apagões e oscilações que têm sido relatados por moradores de diferentes bairros de Boa Vista, principalmente no período da noite, estão relacionados a problemas de distribuição e não de geração de energia pelas térmicas.

“São curto-circuitos, problemas em geradores, às vezes não são só episódios de sobrecarga, mas também de descargas elétricas”, disse Brasil, descartando qualquer possibilidade de racionamento de energia. “No inverno, que está próximo, a demanda de energia vai cair no estado então essa é uma coisa que vai se tranquilizar”.

Sem o Linhão de Guri, que abastecia 11 dos 15 municípios roraimenses, as térmicas, que são fonte mais cara de energia, consomem cerca de 1 milhão de litros de óleo diesel ao dia, o que deve gerar um rombo de R$ 1,9 bilhão a mais aos consumidores de energia ao longo do ano.

O governo federal espera obter o licenciamento do Linhão do Tucuruí, cujo licenciamento ambiental se arrasta desde 2011, para retomar a obra a linha de transmissão que ligará o estado ao abastecimento de energia do restante do Brasil.

A obra foi declarada de interesse nacional e está prevista para começar no segundo semestre, mas na última semana a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que avalia uma nova licitação para a construção.

O projeto visa criar uma linha de transmissão de 715 km entre Manaus (AM) e Boa Vista com 1.140 torres para colocar Roraima no SIN, sendo que aproximadamente 120 km atravessam a terra indígena Waimiri Atroari.

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