Os uruguaios dominaram as cadeiras brancas do Castelão para ver neste sábado o início de uma caminhada semelhante à de 1950, quando, numa Copa no Brasil, calou um estádio cheio de brasileiros e levou o Mundial. Não faltaram faixas e camisetas em alusão ao Maracanazo, mas o que se viu foi um Castelazo. Como num roteiro maquiavélico e genial, os papéis se inverteram. Favorito, o Uruguai cedeu virada de 3 a 1 para a antes pouco expressiva Costa Rica. O Ghiggia dos trópicos se chama Campbell e, como num exército de um homem só, dizimou em 90 minutos uma equipe montada com rigor espartano durante quase uma década por Óscar Tabárez. E que terminou amealhando a antipatia dos anfitriões castigados há 64 anos, numa ironia regada a gritos do mais amarelinho dos “olés”.
Faltou Luis Suárez, que ficou no banco por recuperação de cirurgia no joelho realizada há 23 dias. O ataque até parecia não sentir a ausência. Marcou cedo, aos 23 minutos, com Cavani, em pênalti bem marcado pelo árbitro alemão Felix Brych, um puxão sem cerimônias de Díaz sobre Lugano. Pobre Lugano, aliás. Pobres também foram Godín, Gargano, Arévalo Rios… todos que tentaram marcar um atacante que nem era para estar em campo.
Aos 21 anos, iria perder espaço para Saborio, titular que não foi à Copa por lesão. Ele empatou aos 9 minutos do segundo tempo. A virada veio logo depois, com Duarte, aos 12. No fim, Ureña decretou o placar, em passe magistral, de Campbell. Façanha grandiosa dos “Ticos”, torcedores costarriquenhos que, em minoria, calaram as gargantas confiantes dos charruas, na primeira vitória do país contra campeões do mundo numa Copa.
Neste sábado, ainda jogam Inglaterra e Itália, no encerramento da primeira rodada do Grupo D. O Uruguai enfrenta os ingleses na quinta-feira, às 16h (de Brasília), na Arena Corinthians. A Costa Rica mede forças com os italianos na sexta, às 13h, na Arena Pernambuco.