Umarizal desde julho (Foto: Arquivo Pessoal)
O desembargador Expedito Ferreira, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte(TJRN), indeferiu o pedido de medida cautelar feito pela defesa do prefeito Carlindson Onofre Pereira Melo do município de Umarizal, cidade da região Oeste do RN. Desta forma, o TJRN mantém o afastamento do prefeito, longe do cargo desde 29 de julho deste ano, quando foi deflagrada a operação ‘Negociata’, pelo Ministério Público estadual (MPRN).
Durante a operação, além do afastamento do prefeito, foram cumpridos 15 mandados de apreensão, seis de prisão preventiva e três de condução coercitiva (com o uso da força se necessário) em Umarizal, Martins, Natal e Parnamirim.
À época da operação, o G1 entrevistou o diretor-presidente do Banco Gerador, Ademir Cossiello, que explicou que a investigação foi realizada a pedido do próprio banco, que desconfiou da existência de irregularidades nos convênios firmados com a Prefeitura de Umarizal.
“Em algum momento deixamos de receber os valores contratados nos empréstimos. Então fizemos contato com a prefeitura, que nos informou haver alguma coisa errada, pois a maioria dos beneficiados sequer era de servidores. Foi quando procuramos o Ministério Público”, afirmou. “Quero aqui reconhecer e parabenizar o MP pelo trabalho que foi feito”, acrescentou Cossiello.
Novas denúncias
Ainda nesta sexta-feira (7), o MPRN ofereceu novas denúncias contra suspeitos de participação no esquema. Foram acusados na nova denúncia: José Rogério de Souza Fonseca, Vilma Fernandes de Souza, Francisco Edivan de Oliveira, Josberto de Souza Oliveira, Abimael Thiago Bezerra de Melo, Bruno Ewerton Bezerra Leal, Marinaldo Amâncio da Silva Júnior e Ildeneide Pereira de Medeiros.
De acordo com a denúncia, os acusados teriam se associado para cometer crimes, inseriram declaração falsa em documento, fazendo uso de papéis falsificados, além de obterem para si ou para outros, vantagem ilícita, entre os meses de junho de 2012 e julho de 2013 em Umarizal.
Segundo a acusação, Josberto de Souza Oliveira e Abimael Thiago Bezerra Melo eram responsáveis pela captação de supostos servidores públicos e pelo recolhimento de assinaturas dos interessados nas propostas de empréstimos. Em seguida, a documentação era analisada por Marinaldo Amâncio da Silva Júnior, sócio oculto da empresa Nordeste Serviços Ltda, validada e repassada ao banco Gerados S.A. para a liberação do empréstimo.
Todas as informações necessárias para a consumação dos crimes eram também atestadas pelos respectivos secretários municipais da Prefeitura, Vilma Fernandes de Souza e Francisco Edivan de Oliveira que confirmavam o interesse dos servidores do Município de Umarizal.
O MPRN ainda aponta Bruno Ewerton Bezerra Leal como um dos mentores da associação criminosa. O acusado seria o planejador de toda a empreitada delituosa. Enquanto isso, Ildeneide Pereira de Medeiros, mulher de outro acusado, Josberto de Souza Oliveira, inseria as informações sobre os falsos servidores públicos em contra-cheques modelo.