Blog do Levany Júnior

Todo mundo está revoltado’, diz avó de jovens apreendidos e filmados

avo

05/09/2014 20h54 – Atualizado em 05/09/2014 20h54

‘Todo mundo está revoltado’, diz avó de jovens apreendidos e filmados

Vídeo mostra adolescentes obrigados a fazer o que policiais mandam.
Ministério Público, SSP, OAB e Conselho Tutelar acompanham o caso.

Marina FonteneleDo G1 SE, com informações da TV Sergipe

Avó de jovens apreendidos se diz revoltada com a situação (Foto: Reprodução/TV Sergipe)

Os adolescentes de 14 e 16 anos obrigados a fazer o que policiais civis do Grupo de Combate a Roubos e Furtos (Gecrof) mandam enquanto são filmados, foram levados para a Unidade Socioeducativa de Internação Provisória (Usip), em Aracaju. Nesta sexta-feira (5) a avó deles, Maria Dauvina Santos, se disse revoltada com a situação a qual os jovens foram submetidos.

“Todo mundo está revoltado com um negócio desses. A mãe está correndo atrás, que Deus ajude a soltar eles. Bateram demais, queriam matar eles. Só não mataram porque foi milagre de Jesus”, desabafa Maria.

Os jovens que aparecem no vídeo que circula nas redes sociais são primos. Eles foram apreendidos no final de agosto após praticarem um ato infracional pelo roubo de um celular no Conjunto Augusto Franco, no bairro Farolândia, na capital sergipana. Nas imagens, um dos garotos segura uma faca e o outro o celular enquanto repetem as frases ditas pelos policiais.

 “Nós já determinamos a instauração de procedimento investigatório para apurar todas as circunstâncias daquele vídeo. A princípio, a gente observa, no mínimo, um constrangimento ilegal podendo chegar até a comprovação do crime de tortura ou em algum crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, afirma o promotor de Justiça Jarbas Adelino, responsável pelo Controle Externo da Atividade Policial.

Adelino disse ainda que não sabia da existência do Gercof. “Nós vamos apurar a regularidade e a legalidade da instituição desses grupos dentro da Polícia Civil”, adianta.

De acordo com secretário-adjunto da Segurança Pública do Estado, João Batista, o Gecrof é um grupamento especial formado para combater determinados tipos de crime subordinado à Superintendência da Polícia Civil. “Houve esse problema com os menores e infelizmente isso pode acontecer. O que tem que ver é se houve excesso ou não, e quem cometeu que seja culpado de forma natural”, pondera.

Representantes do Conselho Tutelar do 1º distrito, que acompanham o caso, estiveram na Usip. Segundo o conselheiro Fábio Ferreira dos Santos, os garotos vão ser ouvidos novamente e, após isso, o caso será encaminhado para a 17ª Vara da Justiça e ao Ministério Público.

“Policiais que teriam o dever legal de proteger a criança e o adolescente estão os expondo ao vexame e ao constrangimento. Isso mostra o despreparo e a incompetência. É chocante!”, resume Rosenice Machado, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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