Mais novo aliado do pré-candidato do PSD a governador, Robinson Faria, e da pré-candidata do PT ao Senado, Fátima Bezerra, o PC do B, através do seu presidente, Antenor Roberto, afirma que a dimensão do palanque estruturado em torno das candidaturas do pré-candidato do PMDB a governador, Henrique Alves, e da pré-candidata do PSB ao Senado, Wilma de Faria, “não intimida”. “A dimensão do palanque não resolve o problema da política. É quando começa o debate, a identificação das candidaturas, que o eleitor vai se manifestar. A questão do tamanho do palanque não nos intimida”, afirma Antenor.
Neste sentido, Antenor recorda que em vários momentos palanques menos estruturados foram vitoriosos, como em 1992, quando um pequeno grupo de partidos derrotou Henrique na disputa pela Prefeitura de Natal. “Nós já tivemos uma experiência até em uma disputa aqui em Natal. Nós fizemos uma pequena coligação, contra uma grande coligação. Na época, apoiamos Aldo Tinoco e o candidato, a propósito, era o próprio Henrique. E nós o derrotamos”, recorda Antenor, ao se referir à campanha memorável de 1992. “Nós não podemos subestimar a construção de uma coligação como esta (PSD, PT e PC do B). Tradicionalmente na política as pessoas apostariam primeiro suas fichas em uma grande coalizão. Mas o que a coligação PSD-PT e agora com o PC do B vai apontar é uma discussão que pode acumular uma vitória”, destaca.
O dirigente do PC do B vai além e antecipa qual será a arma de Robinson e Fátima para derrotar Henrique e Wilma. “Mostrar isso, como conciliar tantos interesses, esse conflito de interesses” entre tantos políticos num mesmo palanque. “Natal é uma cidade imprevisível. Em 2008 fizeram um grande palanque e todos achavam que Fátima Bezerra iria ganhar a eleição, todos no palanque, Lula, Garibaldi, mas Micarla ganhou no primeiro turno. Em outras situações isso funciona, como na grande coalizão nacional que foi feita em trono da reeleição de Lula, da eleição de Dilma, mas não é uma regra. O que faz a discussão na eleição é a capacidade que a candidatura tem, a sua história, por que ela está pleiteando, a sua história de solução dos problemas impostos. Então, quando há essa identificação, o eleitor acompanha”.
Por conta disso, segundo Antenor, “tamanho de palanque não determina a vitória”. Ele lembra que a própria governadora Rosalba Ciarlini (DEM), que hoje é figura política depreciada pelo seu próprio partido, venceu a disputa pelo governo em 2010 – quem poderia imaginar – enfrentando na época uma candidatura apoiada pelo governo federal. “Ela derrotou no primeiro turno a candidatura de Iberê Ferreira de Souza e a nossa e a de Carlos Eduardo. Então o tamanho do palanque não determina a vitória, mas a credibilidade”, afirma o presidente do PC do B. Segundo ele, “naquele momento Rosalba criou uma história de credibilidade, o tal ‘Fazer acontecer’.
PREJUÍZO
Antenor afirma que, para o debate eleitoral, Rosalba não ser candidata será muito ruim para o Estado. “Nós teremos um grande prejuízo nessa campanha se Rosalba não for candidata, porque a contação da sua história, das suas dificuldades, ajudaria muito a nós surpreendermos o quadro do estado do Rio Grande do Norte. Quais são realmente os gargalos que deixaram o estado nessa situação?”, questiona.
Antenor propôe que os candidatos fujam do discurso demogógico. “Nós estamos muito convencidos, nós sabemos que campanhas políticas têm marketing, têm ações importantes e a vitória é o que se busca, mas nós não vamos criar mais um discurso demagógico, de falta de perspectivas para a sociedade, porque a sociedade, como vai acompanhar a Copa do Mundo, ela precisa também perceber que o resultado eleitoral tem a ver com o seu futuro, ela tem que entender que existem regras no direito, administrativo, direito financeiro, direito orçamentários, que são parte da vida delas, e que às vezes você não pode simplesmente se encantar com o discurso do candidato sem fazer a pergunta: Mas isso é possível realizar?”.