SÃO PAULO SP-PF mira escritório de advocacia por fraudes com consórcio de limpeza
de advocacia por fraudes com consórcio de limpeza
Por Anna Ruth
Em Governo Federal, Slideshow
05 fev 2020
Da Agência Estado:
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 4, a Operação Chorume, sétima fase da Operação Descarte, para investigar um escritório de advocacia que teria emitido notas fiscais frias e entregado dinheiro em espécie para o Consórcio Soma, que era responsável pelos serviços de limpeza urbana de São Paulo. A ação investiga ainda uma tentativa de obstrução das fiscalizações da Receita Federal em 2017 mediante pagamento de R$ 3 milhões.
Agentes cumprem 21 mandados de busca na capital de São Paulo, Barueri, Santana de Parnaíba, Francisco Morato, Santos, São José do Rio Preto, Itajaí (SC), Brasília (DF) e Cidade Ocidental (GO).
A Operação Descarte, desdobramento da Lava Jato, foi deflagrada inicialmente em março de 2018. O consórcio Soma, criado em 17 de outubro de 2011, foi um dos alvos da investigação. As delações do doleiro Alberto Youssef e do empresário Leonardo Meirelles serviram como base para o desencadeamento da ação.
Na ocasião, a PF identificou que o consórcio Soma usou botas, sapatênis, bonés, uniformes, tintas, sacos de lixo e detergentes para lavar R$ 200 milhões. O consórcio fazia aquisições falsas das mercadorias e chegou a simular a compra de R$ 14,27 milhões em sacos de lixo, entre 2014 e 2016, indicou a corporação à época.
Na Operação Chorume, a Polícia Federal apurou que um escritório de advocacia de São Paulo era responsável por gerenciar a emissão de notas fiscais frias de fornecimento de matéria-prima ou prestação de serviços para o Consórcio Soma. Além disso, entregava dinheiro em espécie ao grupo e a outros clientes.
A Receita Federal indicou que uma fiscalização identificou que o grupo de coleta de lixo realizou pagamentos de pelo menos R$ 245 milhões “a dezenas de fornecedores inexistentes de fato”.
Segundo PF, foram identificadas até o momento três pessoas que entregavam dinheiro para que o escritório de advocacia o repassasse a seus clientes. Elas indicavam as contas bancárias de empresas fictícias para as quais deveriam ser realizadas as transferências e depois devolviam o dinheiro em espécie ao escritório, com a cobrança de uma taxa de 2 a 3% do montante.
Quanto à tentativa de obstrução das investigações, a PF apontou que o grupo investigado contatou pessoas “supostamente com grande influência na Receita Federal em Brasília” para tentar barrar as fiscalizações, mediante o pagamento de R$ 3 milhões.
De acordo com a corporação, metade do valor foi pago, parte dele para um escritório de advocacia no Distrito Federal. “No entanto, apesar da apresentação de documentos internos e sigilosos da Receita Federal para os investigados, aparentemente não teve efetividade essa tentativa de obstrução”, indicou a corporação em nota.
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