Em mais um Majestoso quente, recheado de polêmicas, o Corinthians venceu o São Paulo, desta vez pelo Campeonato Paulista e dentro do Morumbi, na tarde deste domingo, por 1 a 0. Como no jogo da Libertadores, o Timão marcou aos 11 minutos, numa jogada coletiva – concluída por Danilo. Desta vez, porém, a tensão foi bem maior.
Em decisão polêmica, no início do segundo tempo, o árbitro Leandro Bizzio Marinho deu pênalti e expulsou o zagueiro Gil depois que um chute de Michel Bastos parou na mão do corintiano. Mas Rogério Ceni bateu mal, quase no meio do gol, e Cássio fez a defesa com os pés. Mesmo com um homem a menos, o Timão segurou o São Paulo, e viu a Fiel cantar “o freguês voltou”, numa alusão ao tabu que só cresce.
O São Paulo não sabe o que é vencer o rival em casa desde o dia 11 de fevereiro de 2007, quando ganhou por 3 a 1, com gols de Rogério Ceni, Lenílson e Leandro. Desde então foram 13 confrontos, com seis derrotas e sete empates.
Com o resultado, o Corinthians chega a 19 pontos no Grupo 2, quatro a mais que a Ponte Preta. O São Paulo, com 17, lidera o Grupo 1, com dois à frente do Mogi Mirim.
Na próxima rodada, o Corinthians recebe o São Bernardo, quarta-feira, 22h, na Arena, em Itaquera. Já o São Paulo recebe o São Bento na quinta-feira, 19h30, no Morumbi.
O jogo
Não foi com a mesma supremacia mostrada no duelo válido pela Libertadores, mas o Corinthians também dominou o São Paulo no primeiro tempo. Sem a blitz inicial feita na Arena, com uma proposta de explorar os contra-ataques, o Timão soube esperar o erro da zaga tricolor para abrir o placar aos 11 – ou seja, no mesmo minuto em que abriu o placar na partida de três semanas atrás, e novamente num lance coletivo. Desta vez, foi Guerrero quem saiu da área e, contando com uma imperdoável complacência do zagueiro, teve tempo de sobra para levantar a cabeça e escolher o companheiro para quem lançar. O peruano escolheu Danilo, que chegou batendo de primeira, com o pé direito. O quique no gramado ruim atrapalhou Rogério Ceni.
O São Paulo demorou a se encontrar. Muricy encarregou Denilson de fazer a saída de bola entre os zagueiros, liberando os laterais. O problema era a deficiência técnica de alguns jogadores (Reinaldo, principalmente), a falta de entrosamento (Centurión era voluntarioso, mas claramente ainda não está entrosado com os demais jogadores, ficando três vezes em impedimento) ou a apatia total (Ganso, mais uma vez, só apareceu na hora de dar chilique contra a arbitragem). Michel Bastos, sempre ele, era a exceção. Correndo o campo inteiro, foi disparado o jogador mais acionado no primeiro tempo – 35 passes, sete a mais que o segundo no quesito, Denilson. Foi de Michel o cruzamento rasteiro para Centurión chegar batendo de primeira, aos 24, na melhor chance do Tricolor – Cássio fez excelente defesa.
A segunda etapa começou com polêmica. Aos 7 minutos, Michel Bastos arriscou chute de fora da área, e a bola bateu no braço de Gil. O árbitro Leandro Bizzio Marinho deu a falta, expulsou Gil (que já tinha amarelo e acabara de fazer falta feia em Ganso), e os são-paulinos reclamaram de pênalti. O assistente Daniel Paulo Ziolli não correu para a linha de fundo – como seria o padrão se tivesse a certeza do pênalti, como explicou o comentarista Leonardo Gaciba -, mas, após dois minutos de muita discussão, Marinho apontou a marca do pênalti, após ouvir Ziolli (a câmera da TV Globo mostra claramente o bandeirinha dizendo “foi dentro”). Rogério Ceni bateu mal, no meio do gol, e Cássio defendeu com os pés.
Tite trocou Danilo por Edu Dracena para recompor a defesa, e depois Sheik por Cristian, retrancando a equipe. Muricy primeiro tirou Reinaldo e colocou Alan Kardec, e então trocou Souza por Jonathan Cafu, mandando seu time todo ao ataque.
Sobrava gente do São Paulo no campo de defesa, mas faltava penetração. Centurión e Michel Bastos continuavam tentando criar pelas laterais, mas Luis Fabiano colecionava impedimentos e Ganso, passes errados (seis, atrás apenas do próprio Fabuloso, com sete).
Com o “ônibus estacionado” na área, Tite, mais uma vez, anulou o ataque tricolor. E ainda viu a Fiel gritar “olé” nos minutos finais.