Por José Carlos de Assis
O Congresso Nacional é o cristal pelo qual se vê a crise brasileira. Mas não é o local da crise. Também não é onde a crise será superada, neste caso por absoluta falta de possibilidade real de composição de uma saída entre os partidos políticos em conflito. O Executivo, pelo que tem sido visto, perdeu credibilidade para propor uma alternativa salvadora. E o Judiciário, supostamente o árbitro imparcial, mergulhou ele próprio em querelas internas e decisões polêmicas que reduziram radicalmente sua função conciliadora.
Nesse quadro caótico, como sairemos da crise? Há a ilusão de que o Executivo, fazendo uma reforma ministerial que concilie, de forma tradicional, os interesses e os apetites dos partidos, poderá pacificar o Congresso e começar a governar. Essa alternativa é convencional demais. Corresponde a situações em tempos normais, quando um pequeno conjunto de partidos governantes, ou que podem ser assimilados no Governo, disciplinados e hierarquizados, assumem de forma eficaz compromissos políticos e conseguem cumpri-los.