Para o desemprego, só obras públicas
Em poucas semanas o Brasil registrará doze milhões de desempregados, em cujas portas já bate a fome. Logo eles se darão conta da vigência do “cada um por si”, ou seja, se a rua é do povo, melhor ocupá-la e estabelecer nela sua própria lei. Uns seguirão fazendo biscates, outros assaltando. Estes apelando para a caridade, aqueles utilizando a força para conseguir sobreviver.
Não se encontrarão muitos preocupados com a degola de Eduardo Cunha ou com o impeachment da presidente Dilma, ou melhor, com a ascensão de Michel. Pouca ou nenhuma atenção será dada às iniciativas do Supremo Tribunal Federal ou à escolha do novo presidente da Câmara. Muito menos ao novo ministério.
Cada vez menos o país de mentirinha despertará a atenção do país de verdade. Tanto Madame quanto seu substituto no poder significarão o mesmo para a legião de desempregados, seguidos pelos desiludidos e os indignados: nada.
Por Carlos Chagas