SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-Governo pagou 15 folhas em 2019 contra 10 do anterior, diz Fátima Para 2020, governadora projetou retomada efetiva das obras do Pró-Transporte
Para 2020, governadora projetou retomada efetiva das obras do Pró-Transporte
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, fez um longo pronunciamento nesta segunda-feira, 30, de prestação de contas de seu primeiro ano à frente da administração para uma plateia lotada de servidores, no auditório da Escola de Governo.
Com a presença de representantes de outros Poderes e órgãos, como o do Tribunal de Justiça, desembargador João Rebouças; do procurador-geral de Justiça, Eudo Rodrigues Leite; do presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Poti Neto; e da Federação da Indústria, Amaro Sales; além de quase todos os secretários de Estado e parlamentares, Fátima falou de improviso sem se esquecer de mencionar um único projeto de seu governo.
Em vários momentos foi aplaudida e, mesmo afônica, falou por cinquenta minutos e não poupou elogios a todos os seus auxiliares. A seguir, o Agora RN organizou um resumo dos principais momentos da fala da governadora.
AGORA RN – Qual o balanço que a senhora faz do primeiro ano de governo?
FÁTIMA BEZERRA – Não é novidade para ninguém que herdamos um governo colapsado do ponto de vista fiscal e financeiro, mas também do ponto de vista administrativo. Isso exigiu medidas extremas, como a contratação de 20 auditores, com a anuência do Tribunal de Contas do Estado, para que pudéssemos reorganizar as contas e atacar os problemas pela raiz.
AGORA RN – E deu certo?
FÁTIMA – Na medida em que conseguimos pagar 15 folhas em um ano, em comparação às 10 pagas no ano passado pela administração anterior, sim. É sinal de que nossos esforços não foram infrutíferos. Poderia ter dado mais certo se não tivesse havido uma frustração das receitas extraordinárias. Só no caso da cessão onerosa do pré-sal, dos R$ 460 milhões esperados, vieram apenas R$ 160 milhões. No total, houve uma frustração de receita da ordem de R$ 600 milhões.
AGORA RN – Mesmo assim, os salários dos servidores foram pagos?
FÁTIMA – Na nossa gestão, sim. Não atrasamos nenhum dia de salário e, no âmbito da gestão anterior, pagamos o mês de outubro de 2017. Se concluirmos em janeiro a operação de venda de royalties, o plano é pagarmos novembro de 2018.
AGORA RN – Quando a senhora assumiu em janeiro e viu a situação, qual foi a primeira decisão que lhe veio à mente?
FÁTIMA – Reduzir ao máximo as despesas que não colocassem em risco os serviços básicos à população. Diárias, passagens, combustível… passamos o facão em tudo isso. Auditamos duramente os programas sociais, como o Transporte Cidadão, e realizamos uma revisão profunda nos contratos terceirizados e em todas as licitações no âmbito dos serviços. Com isso, foi possível gerar uma economia neste ano entre R$ 70 milhões a R$ 90 milhões.
AGORA RN – Como vem sendo o desempenho do programa Nota Potiguar?
FÁTIMA – Já são 220 mil inscritos e uma receita extra para o Estado de R$ 25 milhões. Ainda é pouco, mas, na atual situação, todo dinheiro é bem-vindo. O importante é que se trata de uma bela iniciativa da Secretaria da Tributação, que promete crescer muito no ano que vem. E é particularmente um programa que me agrada muito pelo conteúdo de cidadania contido nele.
AGORA RN – Finalmente, a senhora conseguiu fechar uma negociação com os municípios para a implantação do Proedi. Foi um embate difícil?
FÁTIMA – Difícil, mas necessário e normal na democracia. Antes, estávamos mergulhados num universo sem competitividade no qual, ao invés de incentivo à produção, dávamos isenção financeira, o que explica a perda de tantos empregos e a fuga de investimentos, que poderiam nos beneficiar, para estados vizinhos, que já praticavam há mais tempo uma nova política de atração de investimentos.
AGORA RN – O novo Proedi já acena com novos investimentos no RN?
FÁTIMA – Mais do que isso, atrairá pelo menos 13 novas empresas para o Estado. Entre elas, uma grande multinacional global já prometeu deslocar boa parte de sua estrutural baseada na Paraíba para o Rio Grande do Norte. Isso já projeta um belo crescimento dos empregos, e é por isso que não abrimos mão de nossa estratégia desenvolvimentista – aquela que associa o crescimento econômico ao bem-estar social. Uma não pode ser desassociada da outra.
AGORA RN – Quais são as prioridades para o ano que entra?
FÁTIMA – São muitas. Estamos focando em investir a arrecadação das multas em favor dos motoristas potiguares na restauração das rodovias estaduais. Nos incomoda profundamente que elas se pareçam com aquelas tábuas de pirulitos, cheias de buracos. É uma ação que está no âmbito do Governo Cidadão. Até o ano passado se comemorava a construção de rodovias, quando nem as desapropriações ao longo do trajeto estavam resolvidas. Não queremos isso no nosso governo. Só vamos comemorar quando for para comemorar.
AGORA RN – Alguma novidade neste momento?
FÁTIMA – Queremos em breve soltar a licitação da Estrada da Produção em São Gonçalo do Amarante e a Estrada do Melão em Carnaubais. São pleitos antigos que queremos resolver de uma vez, já sabendo de tudo que nisso envolve.
AGORA RN – Por falar em promessas antigas, a senhora tem alguma novidade sobre o Pró-Transporte?
FÁTIMA – Eu ainda era deputada federal e lidava com esse projeto, que já tem mais de 13 anos. Lembro que o Rio Grande do Norte foi anunciado à época como o primeiro estado do Brasil a receber o Pró-Transporte. Bem… Em janeiro, iniciaremos a primeira e a segunda etapas do programa na avenida Moema Tinoco; e, em 2022, ligaremos o trecho do Viaduto das Fronteiras ao Gancho do Igapó na BR-406. É importante que as pessoas entendam que essa obra é comparável a uma avenida Roberto Freire, só que na Zona Norte, tamanha sua importância. E o meu governo vai terminá-la.
AGORA RN – Alguma boa notícia para a saúde?
FÁTIMA – Pretendemos implementar um programa para realizar 10 mil cirurgias em atraso, em 2020. Não é possível conviver com uma fila de espera de dois a três anos em cirurgias eletivas. Com o Hospital da Polícia, já incorporada ao SUS, a intenção é abrir mais UTIs. E temos emendas parlamentares de nossos senadores Styvenson Valentim (Podemos), Jean Paul Prates (PT) e Zenaide Maia (Pros) para isso.
AGORA RN – A senhora fala sempre da importância de uma agenda desenvolvimentista. Isso se contrapõe à agenda liberal do governo federal?
FÁTIMA – Não, até porque trabalhamos sob muitos aspectos em linha com o governo federal. Mas, ao mesmo tempo, desenvolvemos negociações bilaterais importantes frutos da recente missão dos governadores nordestinos à Europa e da minha esticada pessoal para a China. Muita coisa deve surgir como consequência dessa missão, como, por exemplo, junto à Agência Francesa de Financiamento, disposta a nos abrir um crédito de 40 milhões de euros. Estamos abertos ao mundo e termos muito oferecer, entre elas, energias renováveis e um sem número de outros negócios.
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