Blog do Levany Júnior

SÃO GONÇALO DO AMARANTE RN-Crise atual é mais difícil de superar que a de 2008, diz economista da CNI

121943O economista  Flávio Castelo Branco, gerente de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), disse hoje (1°) que superar a crise econômica atual será mais difícil que em 2008. Segundo ele, a de 2008 foi uma crise externa do setor financeiro internacional, “que repercutiu fortemente aqui com problemas de liquidez”.

Bianca FratusDe acordo com Flávio Castelo Branco, crise será difícil de ser superada

De acordo com o economista, na época, as ações de política econômica acabaram revertendo a crise. “Hoje é diferente. Temos uma crise doméstica de natureza fiscal, junto a dificuldades de competitividade.”

Castelo Branco falou sobre o assunto ao comentar os indicadores industriais de outubro, divulgados nesta terça-feira pela CNI. Os dados coletados pela entidade mostram queda no faturamento, emprego, horas trabalhadas e massa salarial na comparação com 2013 e 2014. Para o gerente da CNI, o fato de o governo ter mantido os gastos em alta e não ter solucionado a questão da competitividade no país contribuiu para a crise econômica de 2015.

“As medidas de recuperação da demanda em 2009 se mostraram eficazes. Foram tipicamente anticíclicas [nome dado a ações adotadas para enfrentar um ciclo econômico e que, em época de recessão, envolvem estímulo ao consumo e aumento de gastos]. O problema foi continuar com elas mesmo depois que a economia brasileira já tinha se recuperado. Nosso problema não era mais de demanda, mas de competitividade. Terminou tendo um custo fiscal elevado para o Tesouro”, afirmou Flávio Castelo Branco.

O economista também afirmou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos em um país), divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ,”não surpreendeu”. Segundo o IBGE, o PIB brasileiro recuou 1,7% no terceiro trimestre do ano e o PIB específico da indústria caiu 1,3%.

Conforme Castelo Branco, a queda de investimentos na indústria é “expressiva”. “As quedas são bastante expressivas e a recuperação futura acaba sendo comprometida.”

Castelo Branco acrescentou que o setor vê 2016 “com apreensão”. “Os problemas de 2014 não foram solucionados em 2015. Muitos deles se agravaram e, como estão sendo transferidos para 2016, vamos começar o próximo ano com as mesas dificuldades presentes”, concluiu.

Agência Brasil

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