Apesar das dificuldades de Sérgio Moro com seu pacote anticrime no Congresso, o ministro poderá encerrar o ano com um tento a favor da Justiça no combate ao crime organizado, uma de suas bandeiras neste ano. A arrecadação com a venda de bens apreendidos de traficantes mais que dobrou em comparação ao valor de todo o ano passado, chegando a R$ 24,3 milhões. Em 2018 foram R$ 10,3 milhões. A explicação para esse salto é a MP editada no meio do ano, transformada em lei em outubro pelo Legislativo, que facilita a venda desse espólio.
Acelerou. Desde a promulgação da lei, foram leiloados 311 ativos, arrecadando mais de R$ 2,6 milhões. Sob Moro, o foco da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), com Luiz Roberto Beggiora, mudou para descapitalizar o tráfico de drogas.
Objetivos. “A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad/MJSP) está atuando para a melhor e mais eficiente gestão de ativos, para devolver à sociedade os recursos apreendidos do tráfico de drogas, e destinando os recursos para a prevenção e o reaparelhamento das forças de segurança pública, alinhada com as diretrizes do governo federal na desarticulação financeira das organizações criminosas no país”, disse Beggiora à Coluna.
Sarrafo alto. O governo ainda está longe da ambiciosa meta de R$ 100 milhões, fixada no início do ano. A expectativa é de aumentar a cota com os próximos leilões, quinta-feira no Rio Grande do Sul e no Paraná.
Ajuda aí. O governo precisa que os Estados cadastrem os bens apreendidos na nova plataforma criada com a lei para realizar os leilões. O passivo é de 50 mil veículos, joias e eletrônicos, entre outros, parados em pátios da polícia.
Top 5. A maioria está no Sudeste: São Paulo tem 3,7 mil bens e Minas Gerais, 1,6 mil. Em seguida, aparecem Paraná, com 1,5 mil, Mato Grosso do Sul, 1,1 mil, e Rio Grande do Sul, 965.
COLUNA DO ESTADÃO