SANTA CATARINA SC-Família, companheiros e torcedores choram no último adeus a Alexandre
ais os tricolores e parentes do eterno camisa 1 do Criciúma
Pela forma, por ser prematura, mas sobretudo por levar um homem que foi campeão não apenas dentro de campo. Estes foram os motivos de tamanha emoção no último adeus ao goleiro Alexandre. Na tarde desta quarta-feira, uma cerimônia religiosa e emocionada marcou o adeus ao ex-jogador de 53 anos, que morreu no dia anterior vítima de seguidas paradas cardíacas enquanto jogava futevôlei na praia do Balneário Rincão. O ato, antes de encaminhar o corpo do campeão da Copa do Brasil de 1991 para que fosse cremado, foi guiada pelo padre Pedro Bauer, que convivia intimamente com o grupo de jogadores do qual Alexandre Pandóssio fez parte e foi um dos líderes e destaque.
A mãe a irmã do goleiro chegaram instantes antes da cerimônia que encerrava o velório. Os companheiros de equipe estavam sobre o palco juntamente dos familiares. O ato religioso foi de autoria do padre Pedro Bauer, próximo do elenco campeão há quase 25 anos, e foi transferido do interior de São Paulo para o Sul de Santa Catarina menos de uma semana antes da morte. Emocionado, relatou a coincidência como algo sobrenatural. O padre falou algumas vezes da união que havia entre o elenco tricolor que Alexandre fez parte em prol de um objetivo.
Dos cerca de 20 jogadores que compunham o elenco campeão da Copa do Brasil em 1991, uma dezena estava ao redor do caixão, além do supervisor Antônio Sérgio Fernandes, do técnico Luiz Gonzaga Milioli, antecessor de Luiz Felipe Scolari, e o preparador físico Beto Ferreira. Eles participaram com a leitura de textos bíblicos. O ex-volante Gelson guiou um trecho da cerimônia.
No momento do “Pai Nosso”, jogadores e familiares rodearam o corpo de Alexandre e rezaram de mãos dadas, uma referência ao costume de orar que faziam antes de entrar nas partidas pelo Criciúma. A cerimônia presidida pelo padre Pedro Bauer foi finalizada com uma salva de palmas em homenagem ao goleiro. O clamor causou comoção e levou boa parte dos companheiros de campo às lágrimas. O ex-volante Gelson da Silva, que hoje também é pastor, proferiu algumas palavras no final, lembrando também de momentos que viveu com ele e o que sentiu quando soube das paradas cardíacas. Um clipe com o hino do clube e fotos da vida de Alexandre Pandóssio encerrou a homenagem. Torcedores, amigos e familiares puderam se aproximar do caixão pela última vez para o adeus final.
Entristecido com o falecimento do companheiro de time e amigo para a vida toda, o meia Grizzo reviu ex-companheiros de uma forma bem diferente que imaginava quando o próprio Alexandre fez um dos últimos contatos com ele.
– O Alexandre tinha objetivo de no ano que vem, quando completar 25 anos do título da Copa do Brasil, reunir todo mundo. Mas acabou reunindo desta forma. Ele tinha vontade grande de fazer essa festa, uma comemoração. Tinha uma vontade de reunir todo mundo em 2016, estava à frente deste plano. Reuniu a gente antes e de outra forma – lamentou o eterno camisa 10 do Criciúma, lembrando do agora eterno camisa 1 do Tigre.
Preparador físico exigente, Beto Ferreira lembrou com alegria de como era o goleiro que comandou ao lado de Levir Culpi, Felipão e outros treinadores que passaram pelo Criciúma. Lembrou do arqueiro como um herói. Não pelo que canta o hino do Tigre, mas pelo que fazia em jogos ou treinos.
– O Alexandre não era só um atleta, era um superhomem, porque ele voava. Ele treinava com Airton (Souza, preparador de goleiros) e depois ainda corria ao redor do campo. Tinha tanta força que batia o tiro de meta na área do outro goleiro. Era também um líder e de uma simplicidade descomunal – descreveu o ex-preparador que hoje trabalha como auxiliar técnico.
Durante o ato de pouco menos de uma hora, o ex-volante Paulo da Pinta teve que enxugar as lágrimas algumas vezes. O ex-jogador passava os últimos dias do feriado de Carnaval no litoral paulista e rumou para o Sul de Santa Catarina tão logo soube que Alexandre havia morrido.
– A primeira informação que tive foi por meio do Sarandí, quando o Alexandre ainda estava no hospital. Ao sabe da morte correram muitas lágrimas, fiquei muito triste. Porque se estivesse doente, a gente começa a se preparar. Mas ele estava jogando bola. Tentei um voo pela internet, mas como não havia, peguei o carro e fiz 12 horas de viagem. O Alexandre era muito amigo. Não pensei duas vezes porque tinha muito carinho por ele e isso era recíproco. Era o mínimo que eu poderia fazer, dar uma abraço na Raquel (esposa), na Alessandra e no Rafael (filhos de Alexandre). Estou triste,mas feliz por ter a oportunidade de jogar com ele e poder manifestar minha homenagem a ele – contou Paulo da Pinta, que teve o último contato com Alexandre em um jogo de futevôlei na capital do carvão, justamente o que o goleiro fazia quando sofreu a primeira parada cardíaca das sucessivas que teria antes de morrer na última terça-feira.
Confira mais notícias do esporte de catarinense no GloboEsporte.com/sc
Descubra mais sobre Blog do Levany Júnior
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.
Comentários com Facebook