SALMO 12 -“Corte o SENHOR todos os lábios bajuladores
Salmo 12: Socorro, SENHOR!
É difícil achar alguém que nunca se sentiu desesperado e perdido, como se estivesse se afogando. Os motivos são diversos – problemas financeiros, a dor física de doenças ou ferimentos, a angústia emocional de grandes perdas, o sentimento de culpa por pecados cometidos etc. Quando Davi escreveu o Salmo 12, ele mostrou esse tipo de desespero, mas seu motivo reflete uma atitude louvável que merece ser imitada por todos que procuram honrar o Senhor. Vamos refletir sobre esse Salmo e a validade da sua mensagem em nossos dias.
“Socorro, SENHOR! Porque já não há homens piedosos; desaparecem os fiéis entre os filhos dos homens. Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios bajuladores e coração fingido” (versos 1 e 2). De uma perspectiva humana, o bem estava perdendo ao mal! Os poucos fiéis estavam sumindo no meio de tantas pessoas falsas, e os mentirosos estava dominando! Davi grita por socorro. Ele não via a justiça humana resolvendo o problema, mas ainda confiava na justiça divina.
“Corte o SENHOR todos os lábios bajuladores, a língua que fala soberbamente, pois dizem: Com a língua prevaleceremos, os lábios são nossos; quem é senhor sobre nós?” (versos 3 e 4). A nossa experiência confirma o ensinamento bíblico sobre o grande poder da língua: “Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno”(Tiago 3:5-6). Quantas pessoas demonstram desdém total para a palavra de Deus, acreditando que podem conseguir seus objetivos e até mudar o mundo pelos seus discursos? Quantas se acham espertas e capazes de manipular outros com seus pecados e escaparem as consequências dos seus atos de injustiça e crueldade? Podemos concluir, como o fez Davi, que essas pessoas até levam vantagem no contexto da vida aqui. Mas devemos confiar, como o fez Davi, na capacidade e intenção de Deus de trazer a justiça, protegendo os inocentes e castigando os perversos. Essa confiança se torna evidente na continuação do hino.
“Por causa da opressão dos pobres e do gemido dos necessitados, eu me levantarei agora, diz o SENHOR; e porei a salvo a quem por isso suspira” (verso 5). Agora vem a resposta de Deus! Ele ouve as súplicas desesperadas das vítimas e se levanta para salvar esses inocentes. As palavras dos homens falsos podem desafiar a autoridade do próprio Deus, mas eles não prevalecerão. Davi continua com uma afirmação da qualidade das palavras de Deus, em contraste total com as palavras mentirosas dos homens cruéis: “As palavras do SENHOR são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes” (verso 6). O cadinho de barro é o forno usado para esquentar a prata e purifica-la de impurezas. A linguagem empregada nesse verso nos lembra da descrição das palavras de Deus em outro Salmo: “São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos”(Salmo 19:10). Há, porém, uma diferença na ênfase dos dois Salmos citados. No Salmo 19, Davi frisou o valor das palavras de Deus para guiar seus servos, mas o foco no Salmo 12 está na fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Neste caso, a promessa é de responder às petições dos inocentes e trazer justiça contra os malfeitores.
Nos últimos versos do Salmo 12, Davi afirmou sua confiança na fidelidade de Deus, mesmo reconhecendo o triste estado da sociedade que o rodeava: “Sim, SENHOR, tu nos guardarás; desta geração nos livrarás para sempre. Por todos os lugares andam os perversos, quando entre os filhos dos homens a vileza é exaltada” (versos 7 e 8).
As palavras de Davi foram escritas 3.000 anos atrás, mas parecem falar sobre os dias de hoje. Atualmente, a perversidade é exaltada e a santidade de Deus e dos seus seguidores é vista como motivo de zombação. Os honestos são vistos com bobos e os enganadores, como espertos. A corrupção permeia a sociedade de cima para baixo. Mas devemos lembrar que, apesar da blasfêmia de homens, Deus continua sendo o perfeito e santo juiz de todos. Nada escapa sua atenção. Quando ele diz que vai julgar, podemos ter certeza disso, pois a sua palavra é pura como prata refinada!
-por Dennis Allan
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