“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm.8:28).

Devemos interpretar um versículo ou um texto a luz de todo contexto. Tenho visto muitos leigos fazendo interpretação da palavra de Deus sem conhecimento adequado das Escrituras e divulgando esses estudos como se fosse a pura verdade. Quando falamos dessa forma, denunciando, essas pessoas se levantam com muita autoridade e dizem: “Eu tenho o Espírito Santo e posso fazer isso, não é preciso ter conhecimento, só preciso pedir a Deus e Ele irá me capacitar. Na verdade, Deus é soberano e age da forma que lhe apraz. Por outro lado Ele não opera no relaxamento, da mesma forma que os discípulos foram doutrinados temos que ensinar aos nossos irmãos a fazerem discípulos. Muitos crentes se entrarem em um debate teológico com uma testemunha de Jeová ele se perde, por mais despreparada que a testemunha de Jeová seja, o crente irá sentir muita dificuldade. A maioria dos evangélicos não tem capacidade de defender sua fé, e alguns tem, até mesmo, sido convencidos por eles a deixar o cristianismo. Por isso, devemos estudar mais e procurar pessoas e igrejas sérias para não cairmos nas ciladas de Satanás. Alguns crentes famosos falaram a respeito da importância do estudo. Vejamos alguns: “O evangelista mais famoso entre aqueles que hoje vivem dirige a mesma exortação aos pregadores atuais. Falando a aproximadamente 600 clérigos em Londres, em novembro de 1979, Billy Graham disse que se voltasse à estaca zero no ministério, faria duas mudanças. Os ouvintes pareciam assustados. O que ele queria dizer: Primeiro, continuou, estudaria três vezes mais do que fizera. Aceitaria menos convites para pregar. “Preguei demais”, disse ele, “e estudei insuficientemente”. A segunda mudança é que dedicaria mais tempo à oração” (STOTT, 2003: 193) “Donald Grey Barnhouse (da Décima Igreja Presbiteriana de Filadélfia) disse certa vez: ‘Se eu tivesse somente três anos para servir ao Senhor, gastaria dois deles estudando e me preparando”’ (STOTT, 2003: 192 E 193).

“Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”
Diante de todos os sofrimentos (cf. Vs.18-24) pelos quais o apóstolo Paulo está enfrentando, no tempo presente, juntamente com a igreja, o leva a compreender que tudo que está acontecendo está sobre o controle de Deus e concorrerá para o nosso bem. Por isso ele diz que, “todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”. Toda luta, dor e sofrimento que estamos passando nesse mundo contribui para forjar em nós a imagem de Cristo (v.29b). Sofremos porque Ele primeiro sofreu por nós: “Agora, me regozijo nos meus sofrimentos por vós; e preencho o que resta das aflições de Cristo, na minha carne, a favor do seu corpo, que é a igreja” (Cl.1:24).
“…para o bem daqueles que amam a Deus”
Quem são os que amam a Deus? Todas as coisas concorrem para o bem de todo mundo? Não. Porque só os que Deus amou primeiro (cf. Rm.5:8), os que foram objeto desse amor são os que podem de fato amar a Deus, aqueles que foram chamados segundo o Seu propósito, pois, nem todos conhecem o amor que excede todo entendimento (cf. Ef.3:19), porque não estão no propósito eterno de Deus.
“…daqueles que são chamados segundo o seu propósito”
Os decretos de Deus são eternos, Ele nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo segundo o beneplácito de Sua vontade, para louvor da glória de sua graça… (cf. Ef.1:4-8). Por isso Isaías diz:
Lembrai-vos das coisa passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade (46:9-10).
As bênçãos de Deus são direcionadas para os Seus eleitos, e esse propósito garante o bem de Seu povo de tal forma que tudo que possa acontecer com a permissibilidade de Deus será transformado em bem. O propósito de Deus tem começo e fim, Ele assegura eficazmente nossa salvação do começo ao fim. Essa salvação não depende da nossa fidelidade, mas da fidelidade daquele que começou a boa obra e irá terminar até o dia de Cristo Jesus para honra glória de Deus Pai. Vejamos o que nos diz o versículo 30 sobre a fidelidade de Deus e nossa segurança em Cristo: “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (negrito e itálico meu). Note que a predestina é o primeiro passo para que alguém possa ser chamado eficazmente, porque se o sujeito não for predestinado ele nunca vai ser chamado de forma a responder positivamente. Ele é chamado no sentido de que o Evangelho é pregado a todos, mas, não irá responder eficazmente porque não é um dos eleitos de Deus segundo a promessa (cf. Rm.9:8b). A glorificação é o estágio final da salvação, é o momento em que teremos nossos corpos glorificados por ocasião da ressurreição. Ele começa uma obra em nossas vidas e termina, pois o Seu propósito garante. Acredito que os que rejeitam as palavras de Romanos Capítulo 8, 9, 11 tropeçam em Cristo que foi posto como pedra de tropeço e rocha de escândalo. Amém!!!

Pr. Carlos R. Cavalcanti