ove anos depois, o filme da decisão do Campeonato Gaúcho com um clássico voltou a ser exibido no Beira-Rio, mas teve final diferente. Com um início arrasador, o Internacional decidiu o jogo em menos de vinte minutos e venceu o Grêmio por 2 a 1. Gols de Nilmar e Valdívia para o Colorado e Giuliano para o tricolor. Com o troféu, o time vermelho chega ao pentacampeonato estadual.
Depois do empate sem gols na Arena, no domingo passado, os dois lados voltaram no tempo e passaram a viver a angústia que marcou a final de 2006. Naquele ano, o Grêmio de Mano Menezes empatou por um gol no Beira-Rio e conquistou o estadual. Agora em 2015 foi diferente, mesmo que na etapa final a queda de rendimento do Inter tenha dado esperança ao time dirigido por Felipão
O Grêmio começou a perder antes mesmo da bola rolar. Cristian Rodríguez, esperança da torcida, foi vetado por lesão na panturrilha e sequer ficou como opção no banco. No Inter, a escalação do segundo tempo do clássico na Arena foi usada e fez toda diferença. Com Valdívia no lugar de Nico Freitas, o time de Diego Aguirre foi melhor desde o primeiro segundo.
Fases do jogo: Um duelo quase injusto resume o primeiro tempo do clássico. De um lado a velocidade do Inter – com Aránguiz, Sasha, Valdívia e Nilmar, e de outro uma defesa exposta e lenta do Grêmio. O resultado foi um placar de 2 a 0 com 18 minutos de bola rolando e gritos de olé dos colorados com metade da primeira etapa em curso.
A intensidade e concentração do Inter foram a chave para um domínio avassalador. Aos seis minutos, Matías Rodríguez errou o passe e o ataque vermelho não perdoou. D’Ale para Nilmar. Nilmar para Valdívia e bloqueio da zaga. No rebote, Nilmar fez o primeiro.
Ligado em cada lance e pedaço do campo, o Colorado conseguiu até mesmo escapar do maior perigo do Grêmio. Após Fellipe Bastos cobrar falta e acertar a trave, William correu para evitar um lateral e criou a jogada que terminou com Nilmar dando meia-lua e passando de viagem o por Matías. Valdívia recebeu dentro da área, livre e solto, e executou o goleiro.
Só que no último minuto do primeiro tempo o Grêmio respirou. Depois de finalizações sem perigo algum de Braian Rodríguez e Luan, a bola parada recolocou o tricolor na partida. Rhodolfo desviou de cabeça e Alisson defendeu. No rebote, Giuliano marcou. O Inter foi para o vestiário pagando o preço por ter se desligado.
Na etapa final os dois lados vieram diferente. Braian Rodríguez deu lugar a Mamute e Nilmar foi substituído por Lisandro López. A troca de Felipão deixou o Grêmio mais agudo. Procurando faltas e escanteios para explorar a bola parada. O Inter, com sinais de cansaço, deixou o ritmo cair e parou de atacar. Alex e Alan Ruschel entraram no dono da casa e Everton nos visitantes. Rhodolfo foi expulso aos 43, mas nada disso mudou a história. Um filme diferente de 2006.
O melhor: Valdívia – rápido e objetivo, meia participou dos dois gols do Inter e incomodou a defesa do Grêmio o jogo todo. Com arrancadas, dribles na base da velocidade e jogo de corpo.
O pior: Fellipe Bastos – volante tinha a missão de anular D’Alessandro, mas com cinco minutos levou cartão amarelo e passou a ficar inibido. Além de falhar na missão básica, ainda errou o passe na jogada que originou o segundo gol do Inter.
Chave do jogo: Velocidade do Inter – com quatro jogadores rápidos, time de Diego Aguirre acossou a defesa do Grêmio e criou ótimas chances.
Toque dos técnicos: Diego Aguirre não repetiu a estratégia do jogo de ida, quando botou Nico Freitas e recheou o meio-campo de volantes. Com Valdívia, o Inter ganhou velocidade e foi muito intenso no primeiro tempo. Já Felipão repetiu o 4-2-3-1, mas desistiu de Fellipe Bastos e Braian Rodríguez. O volante foi sacado com 26 minutos após falhar em um gol do Colorado e levar amarelo muito cedo. Já o centroavante saiu no intervalo. Com Walace e Mamute, o tricolor foi menos frágil.
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