Rio Grande do Norte enfrenta ataques violentos e tem semana de terror; veja o que aconteceu até agora


Por Wesley Bischoff, g1 — São Paulo

 


Ataques no RN: Vídeo mostra destruição causada por incêndio em depósito de medicamentos

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Ataques no RN: Vídeo mostra destruição causada por incêndio em depósito de medicamentos

Pelo menos 48 cidades do Rio Grande do Norte foram alvos de ataques criminosos nesta semana. O terror começou na madrugada de terça-feira (14), quando prédios públicos e privados foram depredados, veículos incendiados e moradores das regiões ficaram em estado de pânico.

Confira, a seguir, um resumo do que aconteceu até agora e mais detalhes sobre como os ataques estão impactando a vida dos moradores do Rio Grande do Norte.

▶️ Contexto: Até este domingo (19), 259 ataques criminosos foram registrados no estado.

  • Os ataques começaram na madrugada do dia 14 de março, quando ao menos 20 cidades foram alvos de destruição.
  • No primeiro dia, um fórum de Justiça, duas bases da Polícia Militar, a sede de uma prefeitura e outros prédios públicos foram alvos.
  • Veículos foram incendiados, incluindo ônibus do transporte público.
  • Nos dias seguintes, mesmo com a segurança reforçada, os ataques continuaram.
  • Cem pessoas foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques.
  • O governo não divulgou um balanço oficial de mortes. Entretanto, um comerciante foi assassinado, na noite do dia 14, e dois suspeitos foram mortos em confrontos com a polícia. No sábado (17), um policial penal foi assassinado na Grande Natal.

 

▶️ Motivação: Segundo a polícia, os ataques são coordenados por uma facção criminosa.

  • O governo federal informou que o gatilho para os ataques foi a transferência de chefes do chamado “Sindicato do Crime” para fora do estado, em janeiro.
  • A organização é considerada pelas forças de segurança a principal facção do Rio Grande do Norte.
  • Além disso, para os ataques, o Sindicato do Crime teria se aliado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), facção de origem paulista.
  • Fontes do governo dizem que o PCC exige melhorias nas condições das unidades prisionais.

 

▶️ Consequências: Por causa dos ataques, diversos serviços públicos foram afetados, e eventos acabaram suspensos.

  • Aulas em universidades públicas, como a UFRN e UERN, foram suspensas.
  • Natal e Mossoró chegaram a recolher a frota do transporte público. Viagens intermunicipais também foram suspensas.
  • Dois jogos de futebol foram cancelados, incluindo o clássico América x ABC, que estava marcado para este domingo (19).
  • Outros eventos, como festivais, também tiveram a programação suspensa.

 

Ônibus escolares incendiados em Governador Dix-Sept Rosado (RN) em agosto de 2016 — Foto: Divulgação/PM

Ônibus escolares incendiados em Governador Dix-Sept Rosado (RN) em agosto de 2016 — Foto: Divulgação/PM

Os ataques

 

A terça-feira (14) foi o dia em que o estado registrou mais ataques, segundo o governo do Rio Grande do Norte: ao todo foram 103. De lá para cá, o número de ataques diminuiu. Veja, a seguir, a cronologia dos crimes.

📆 14 de março: 20 cidades do Rio Grande do Norte tiveram ataques a tiros e incêndios em prédios públicos, comércios e veículos.

  • Entre os alvos dos criminosos estão um fórum de Justiça, duas bases da PM, uma prefeitura e um banco.
  • Carros que estavam estacionados em ruas e em garagens públicas, além de uma loja de motos, também foram atingidos.
  • A frota de ônibus foi recolhida.
  • Universidades suspenderam aulas.

 

📆 15 de março: A segunda noite registrou ataques violentos em Natal e pelo menos outras sete cidades.

  • Uma pessoa morreu em um confronto com a polícia, e duas pessoas ficaram feridas durante a ação dos criminosos.
  • 100 homens da Força Nacional chegaram ao estado para reforçar a segurança, o que não impediu os ataques.
  • O transporte público voltou a circular durante a manhã em Natal, mas voltou a ser suspenso após um ônibus ser incendiado.

 

📆 16 de março: Mesmo com o reforço da Força Nacional, os ataques continuaram.

  • Um ônibus foi atacado por criminosos na Zona Oeste de Natal. Os bandidos abordaram motorista e passageiro, determinaram que eles saíssem e atearam fogo no veículo.
  • A operação de trens e de ônibus voltou a ser suspensa.
  • Seis suspeitos foram presos pela Polícia Militar após tentarem realizar um saque a um supermercado.
  • Criminosos também atacaram um galpão de uma companhia de coleta de lixo.
  • Um posto de combustíveis foi atacado, sendo que seis homens atearam fogo nas bombas.
  • Dois veículos foram queimados no município de São Paulo do Potengi, e carros do município de João Câmara foram destruídos também em incêndios.

 

📆 17 de março: Pelo menos 26 ataques foram registrados no quarto dia de terror no Rio Grande do Norte.

 

📆 18 de março: Entre a noite de sexta (17) e madrugada de sábado (18), o estado registrou tiroteios, prisões e novos ataques.

  • Um policial penal foi morto a tiros em São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal.
  • Criminosos com armas em punho expulsaram moradores e incendiaram três casas no bairro Igapó, em Natal.
  • Um supermercado em Nova Parnamirim, na Grande Natal, foi incendiado.

 

Ataques registrados por dia no Rio Grande do Norte
1031036767565626267714/315/316/317/318/3 – até 12h0100255075125
Fonte: Sesed/RN

Combate à violência

 

Após o início dos ataques, o governo federal enviou equipes da Força Nacional para ajudar no reforço da segurança pública. Policiamento de outros estados também foi enviado para o Rio Grande do Norte.

🚨 Os reforços: O secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, informou que o estado recebeu o reforço de 300 agentes de segurança. Além disso, mais 200 policiais rodoviários federais devem ser integrados.

  • O estado também recebeu 32 policiais militares do Ceará.
  • A Paraíba anunciou o envio de 30 policiais.
  • O governo do Pará anunciou o envio de 60 militares das tropas especializadas da Polícia Militar.
  • Aviões da Polícia Federal levaram mais 90 homens e armamentos da Força Nacional ao estado.

 

🚨 Quando os ataques vão acabar? Na sexta-feira, o secretário Tadeu Alencar afirmou que não há prazo para o fim dos ataques.

  • “Esse é um problema que nós não apertamos um botão e tem resultado efetivo, mas a gente está tomando, de forma responsável, de forma cuidadosa, de forma muito firme, todas as medidas”, afirmou.
  • O secretário disse que a operação de combate está evoluindo e descartou, neste momento, a instauração de uma GLO (Garantia de Lei e da Ordem), que acarretaria no uso das Forças Armadas no combate à onda de ataques.

 

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