O corpo do cantor Jerry Adriani, que morreu neste domingo (23), é velado na manhã desta segunda-feira (24), no Cemitério Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio.
Corpo de Jerry foi recebido pelo filho Thadeu Vivas na capela B do cemitério, que segue reservada para a família. Para que todos os amigos, familiares e fãs possam se despedir do cantor ídolo da Jovem Guarda, o corpo do artista será velado durante todo o dia e o enterro está previsto para acontecer às 17h.
Ídolo da Jovem Guarda, o artista morreu às 15h30 deste domingo (23), aos 70 anos. Ele enfrentava um câncer.
A família confirmou a morte do artista ao G1 por telefone. Recentemente, Jerry Adriani também havia sofrido uma trombose em uma das pernas. Ao se internar, foi diagnosticado o câncer.
Jair Alves de Souza nasceu em 29 do janeiro de 1947, no bairro do Brás, em São Paulo. Adotou o nome artístico de Jerry Adriani quando começou sua carreira como cantor, em 1964. O primeiro disco foi “Italianíssimo”, quando cantava músicas em italiano, algo que seguiu fazendo em toda a carreira.
Em 1965, o cantor passou a gravar em português, com músicas reunidas no disco “Um grande amor”. Também na década de 1960, Jerry virou apresentador do programa “Excelsior a Go Go”, da TV Excelsior. O programa coapresentado por Luiz Aguiar era um musical com apresentações de artistas como Os Vips, Os Incríveis e Cidinha Santos.
Outro programa musical que ele comandou foi “A grande parada”, no ar pela TV Tupi em 1967 e 1968. Ele era um dos apresentadores ao lado de Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marilia Pêra.
Além da TV, Jerry se aventurou pelo cinema. Ele cantou e atuou em “Essa gatinha a minha” (com Peri Ribeiro e Anik Malvil); “Jerry, A grande parada”; e “Jerry em busca do tesouro” (com Neyde Aparecida e os Pequenos Cantores da Guanabara).
Incentivo a carreira de Raul
Jerry Adriani também aproveitou de sua fama para dar apoio a novos artistas. Ele, por exemplo, foi um dos primeiros a incentivar um então pouco conhecido Raul Seixas.
Raulzito e os Panteras atuaram como banda de apoio de Jerry por três anos. O cantor gravou músicas de Raul (”Tudo que é bom dura pouco”, “Tarde demais” e “Doce doce amor”) e foi produzido pelo maluco beleza entre 1969 e 1971.
Depois da TV e do cinema, Jerry tentou a sorte no teatro. Em 1975, participou do musical “Brazilian Follies”, tendo ficado um ano e meio em cartaz.
Após essa experiência, ele seguiu fazendo shows e gravando discos. Em 1985, lançou “Tempos Felizes”, com regravações dos tempos de Jovem Guarda.
No inicio da década de 1990, Jerry se dedicou a um disco sobre as origens do rock, com o nome “Elvis Vive”. Em 1994, participou da novela “74.5 uma onda no ar”, exibida pela TV Manchete. Um ano depois, fez shows para comemorar os 30 anos da Jovem Gurda e participou como convidado especial de uma coletânea do estilo.
Em 1996, voltou à música italiana, com o disco CD “IO”. Em 1997, teve duas músicas em trilhas de novelas da Globo. “Engenho” fez parte da trilha de “A indomada”, e “Con te partiró”, dueto com a italiana Mafalda Minnozzi, foi parar na trilha de “Zazá”.
Versões de Legião Urbana
Também na década de 1990, saiu o disco “Forza Sempre” (1999). O trabalho tinha apenas músicas da Legião Urbana regravadas em italiano.
Foi um dos maiores sucessos da carreira de Jerry Adriani desde os tempos da Jovem Guarda. De acordo com o site oficial do cantor, bateu a marca de 200 mil cópias. De quebra, “Santa Luccia Luntana” foi bastante tocada na novela “Terra Nostra”.
O primeiro DVD da carreira foi gravado em 2007, no Canecão, no Rio. “Jerry Adriani Acústico Ao Vivo” trouxe sucessos e inéditas em formato acústico. Em 2011, lançou o CD “Pop, Jerry & Rock”, incluindo homenagem para Raul Seixas e Tim Maia na música “2012”. A ideia de cantar outros ícones da músicas brasileira e do rock rendeu ainda o show “Jerry toca Raul & Elvis”.
Em 2014, Jerry Adriani completou 50 anos de carreira. Ele seguia em turnê pelo Brasil.