Oficialmente, a assembleia é para, entre outros itens, apresentar aos presidentes de federação a “reforma parcial do estatuto” da CBF. Uma das medidas seria limitar a uma reeleição o mandato do presidente, de quatro anos. Seria uma maneira de atender ao que diz a MP do Futebol. Mas se até lá estiver mais enfraquecido do que hoje, considera a hipótese de renunciar.
O problema, nesse caso, é que ele quer deixar no poder uma pessoa de sua confiança, o presidente da Federação Capixaba, Marcus Vicente. Só que, pelo estatuto atual, o sucessor seria Delfim Peixoto, da Federação Catarinense, por ser o mais velho dos vice-presidentes, depois que José Maria Marin foi afastado da entidade.
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Peixoto, porém, nunca gozou da confiança de Del Nero e tornou-se desafeto ao condenar o abandono do atual presidente da CBF a Marin e por dizer que está pronto para assumir a presidência. O catarinense, aliás, entende que Marco Polo está tentando dar um golpe para evitar que ele assuma. “Essa história de mudança no estatuto é para me impedir de assumir, mas não ficarei em silêncio.”
De qualquer maneira, Del Nero ainda tenta sobreviver, embora saiba que se aparecer alguma denúncia que o envolve não vai conseguir resistir. Sua sustentação política está centrada nas federações, com quem já se reuniu na terça-feira.
Dos 27 Estados, recebeu apoio de 24 no encontro. Apenas três são opositores declarados: Francisco Novelleto, do Rio Grande do Sul Hélio Cury, do Paraná, e Delfim. De Berlim, onde se encontra para assistir à final da Copa dos Campeões, Novelleto declarou à reportagem que prefere não se manifestar sobre a permanência de Del Nero no comando da confederação.
A costura com os clubes é o outro grande desafio da CBF. Embora ainda tenha o apoio formal da maioria deles, vários dirigentes afirmam que é o momento de mudanças mais profundas. Fala-se até na criação de uma liga independente, que seria formada por clubes de Minas Gerais, Rio e Rio Grande do Sul.