RIO DE JANEIRO -BRASIL-Mocidade, Salgueiro e Vila Isabel se destacam no 1º dia do carnaval no Rio
16/02/2015 06h38 – Atualizado em 16/02/2015 06h45
Mocidade, Salgueiro e Vila Isabel se destacam no 1º dia do carnaval no Rio
Noite teve cobertor LED, fogo em porta-bandeira, peladões e super musas.
Viradouro, Mangueira e Grande Rio também desfilaram na Sapucaí.
No primeiro dia (chuvoso) de desfiles do Grupo Especial do Rio, não caiu água o suficiente para apagar o fogo da estreia de Paulo Barros na Mocidade.
Foi uma noite de ousadia e alegria, graças aos peladões em um dos carros da escola e a uma comissão de frente incendiária. Ela pegou fogo.
Rolou também carro motel, com dezenas de camas surgindo nas laterais com casais (e trios) de todos os gêneros debaixo do edredon.
Ao cantar o “fim do mundo”, a Mocidade trouxe inovações, como a apresentação de alegorias e alas legendadas. Além dela, o Salgueiro foi destaque.
Versando sobre a culinária mineira, a escola vermelha e branca deixou muita gente boquiaberta com a comissão de frente. Os integrantes vieram paramentados com um cobertor (de 100 kg) no qual centenas de luzes de LED faziam projeções.
A Vila Isabel mostrou carros de visual impactante para superar o trauma do carnaval passado, quando desfilou com carros inacabados e alas inteiras sem fantasias.
A Vila levou um pouco de música erudita para a Sapucaí, com direito a comissão de frente gringa com “notas musicais” pulando de uma cama elástica.
Musas de sobra
A noite, claro, também foi toda das super musas. Juliana Paes representou a Viradouro, escola que foi a primeira a desfilar, logo na comissão de frente.
Claudia Leitte sambou e cantou vestida de sol na Mocidade e Sabrina Sato “voou” como um cisne negro, na Vila Isabel.
Leandra Leal chamou a atenção ao desfilar pelo Salgueiro, que teve ainda a rainha de bateria Viviane Araújo.
Pela Mangueira, que falou das mulheres brasileiras, Evelyn veio de coroa, cedro e bota com sola antiderrapante.
Chuva atrapalhou
O maior obstáculo das escolas foi a chuva, que começou a cair forte minutos antes do desfile e se manteve ao longo dos três primeiros desfiles.
A trégua só veio com a Vila Isabel, mas a água voltou a cair quando o Salgueiro estava no sambódromo.
Pouco antes do desfile, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ironizou as críticas que recebeu quando afirmou que ia rezar para chover – o estado enfrenta uma crise hídrica nos reservatórios que o abastecem. Ele acrescentou que não havia informação de incidentes graves com as fortes chuvas deste domingo.
Veja os principais destaques do primeiro dia de desfiles do Carnaval 2015 no Rio:
VIRADOURO
Em seu retono ao Grupo Especial, a Viradouro desfilou com o samba-enredo “Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça”, sobre a importância da raça negra na formação do povo brasileiro.
A escola sofreu um pouco com a chuva, principalmente nas penas de algumas fantasias. Foi prejudicada também com falhas no som, duas somente nos 10 minutos iniciais. Já o último carro entrou com uma das figuras de anjos negros com o braço danificado.
Juliana Paes, principal musa da escola, veio logo na comissão de frente. Outros famosos que marcaram presença foram o tenista espanhol Rafael Nadal e o ex-tenista Gustavo Kuerten, que percorreram o sambódromo com capas de chuva e camisas da Viradouro (leia o relato completo)
MANGUEIRA
A Estação Primeira veio mais rosa do que verde para cantar as grandes mulheres da história do Brasil e da escola. O carnavalesco Cid Carvalho, que neste ano voltou para a Mangueira, preferiu um desfile mais tradicional e sem muitos futurismos. Mas, nem por isso, menos impactante.
A verde e rosa, entretanto, enfrentou uma série de problemas: o som falhou e o telão que projetava imagens de mulheres mangueirenses apagou várias vezes, deixando a alegoria com um grande quadrado preto. Pelo menos três carros apresentaram contratempos. A cantora Alcione queimou o pé em uma lâmpada e precisou ser levada para o posto médico.
O abre-alas foi o destaque com uma escultura de 9,5 metros de um menino dormindo à sombra de um jequitibá. A beleza feminina foi representada pela rainha da bateria, Evelyn Bastos, que veio de coroa, cedro e bota com sola antiderrapante, para evitar tombos (leia o relato completo).
MOCIDADE
Na estreia de Paulo Barros na verde e branco, a Mocidade Independente de Padre Miguel apresentou um show de efeitos visuais, luzes de LED e fogo para tentar por fim ao jejum de 18 anos sem um titulo.
Com um enredo que brincou com o “fim do mundo”, a escola inovou ao colocar legendas nos carros alegóricos, além de placas com balão de texto para explicar as alas. A comissão de frente literalmente pegou fogo na avenida e ousou ao interagir com um casal de mestre-sala e porta-bandeira, cuja saia também ficou em chamas na avenida. Um carro repleto de peladões causou frisson. Outro destaque foi a alegoria em que dezenas de camas surgiam nas laterais com casais (até trios) de todos os gêneros.
Em sua estreia no carnaval carioca, Claudia Leitte desfilou fantasiada de sol. A cantora chegou a chorar durante o desfile e se esforçou para mostrar samba no pé, mas se valeu também de passinhos com o bumbum empinado ao melhor estilo axé (leia o relato completo).
VILA ISABEL
A Vila Isabel homenageou Isaac Karabtchevsky, maestro paulistano de 80 anos, em um desfile de superação do trauma de 2014, quando sofreu com falta de fantasias. A azul e branca teve a seu favor a trégua da chuva e fez uma apresentação marcada por carros de visual impactante. O “Navio Fantasma”, por exemplo, fez referência à ópera do alemão Richard Wagner
A comissão de frente teve bailarinos, alguns deles representando notas musicais, pulando em uma cama elástica. Os setores da escola fizeram lembrar instrumentos musicais como flautas, tímpanos e uma orquestra, em destaque no abre-alas, onde estava Karabtchevsky.
Sabrina Sato veio à frente da bateria, vestida de “Cisne Negro”. A rainha dos ritmistas teve um problema com sua fantasia no início. Ela chegou a discutir com membros do apoio da escola e começou o desfile sem as asas do figurino (leia o relato completo).
SALGUEIRO
Consagrado na Mocidade com o estilo high-tech que marcou o carnaval dos anos 90, Renato Lage regatou essa tendência no desfile deste ano. A comissão de frente usou um cobertor com centenas de luzes de LED que fazia projeções. O item pesa 100 kg e exigiu força e coordenação dos componentes da comissão.
Outras alegorias tinham luzes estroboscópicas, efeitos holográficos, neons e espelhos. A bateria da escola trouxe ritmistas vestidos de chefs. Alguns usaram frigideiras, caçarolas e colheres de pau como instrumentos.
Além da rainha de bateria Viviane Araújo, que sambou e tocou tamborim, o elenco da novela “Império” desfilou pela escola vermelha e branca (leia o relato completo).
GRANDE RIO
Última escola a entrar na Sapucai, a Grande Rio apostou todas as suas cartas no baralho. As alegorias não chegaram a impactar, mas a escola trouxe um bom samba-enredo e fez um desfile colorido e divertido, repleto de truques e números circenses, terminando a apresentação dentro do tempo limite, sem contratempos.
A grande cartada foi lançada já na comissão de frente com um coreografia cheia de truques ao redor do universo de “Alice no País das Maravilhas”, incluindo até troca de roupa em plena avenida e momentos de ilusionismo. Durante a evolução, personagens tinham o tronco cortado e as pernas seguiam andando, empurrando mesas (leia o relato completo).
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