O ator paulistano Joaquim Lopes está em Nova Jerusalém participando pela primeira vez da Paixão de Cristo. Na temporada 2017, ele interpreta Pôncio Pilatos.
Em entrevista ao G1, ele revelou ser uma pessoa espiritualizada e ainda falou que tentou trazer uma nova proposta para Pilatos no espetáculo.
Como você soube que iria interpretar Pilatos na Paixão de Cristo?
Eu já tinha sido chamado para participar do espetáculo da Paixão há dois anos. Mas por conta de horário, de agenda, não deu muito certo. Fiquei muito chateado porque essa sempre foi uma vontade muito grande minha. Minha vó tinha o sonho de ver a Paixão de Cristo. Esse ano, quando me chamaram, fiquei muito feliz com o convite. Me senti muito honrado.
Aqui, você atua como o vilão da história. Qual o maior desafio de dar vida a Pilatos?
É muito interessante. Eu tentei vir com uma outra proposta para Pilatos. Uma proposta de conflito mesmo. Acho que no fundo, no fundo, ele fica meio indeciso, não sabe o que fazer. Através da pressão popular que tinha na época, ele acaba lavando as mãos, sendo omisso numa possível salvação de Cristo. Mas eu encaro isso com muita humildade, muito respeito. Isso porque ele é um personagem crucial na encenação. E foi feito por pessoas incríveis antes de mim. Então, estou muito feliz.
Para você, como tem sido atuar para cerca de sete mil pessoas por noite em um teatro ao ar livre?
É inacreditável! Eu tento explicar, mas nunca chega nem perto do que é. Só quem entende, é quem está aqui e sente essa energia. A energia do povo, do palco. Eu sou ator de teatro. Minha formação é toda teatral. Mas nunca tinha chegado nem perto de me apresentar para sete mil pessoas. É muito impressionante.
Você se considera uma pessoa religiosa?
Eu me considero uma pessoa espiritual, espiritualizada. Acho que existe uma diferença entre religião e espiritualidade. A religião às vezes tem uma veia de controle, de poder, que não interessa muito. A espiritualidade é o desenvolvimento pessoal, você evolui como ser humano, evolui a consciência, fazer o bem para os outros e poder influenciar os outros de uma maneira positiva. O papa Francisco eu acho que é um ser espiritualizado. Ele não é um ser religioso. Ele vai além da Igreja Católica. Ele fala com todos. Jesus era um ser altamente espiritualizado, que conseguia falar com todos na linguagem do amor. Então, eu acho que vou mais por esse lado.