08/02/2016 22h30 – Atualizado em 08/02/2016 22h30
Blocos líricos resgatam poesia dos antigos carnavais no Recife
Marco Zero recebeu encontro dos blocos de pau e corda nesta segunda.
Um dos destaques foi ‘O Bonde’, com suas fantasias luxuosas.
(Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)
Os blocos de pau e corda trouxeram todo o lirismo do carnaval de Pernambuco para o Marco Zero, no Bairro do Recife, região central da capital nesta segunda-feira (8). No total, foram 14 agremiações mais Getulio Cavalcanti, um dos principais compositores do ritmo e quem abriu as apresentações para o público fiel.
Alba Andrade, 60, e Auria Ramos de Andrade, 59, afirmaram que vem todos os anos na segunda-feira de carnaval conferir os blocos de pau e corda. “É todo um sentimentalismo que faz com que a gente retorne”, explicou Alba. As irmãs Maria José de pontes Ramos Neta, 50, e Maria Cristina de Pontes Ramos, 48, ecoam o sentimento. “Gostamos do lirismo. Me fazem lembrar da minha infância, com meus pais. Trazem um sentimento nostálgico”, disse Maria José.
(Foto: Marlon Costa / Pernambuco Press)
Já Severina Maria da Conceição, 60, sempre quis ver os blocos de pau e corda, mas nunca pôde. “Primeiro eu tinha filhos pequenos e não queria vir, depois meu marido não deixava. Agora que estou viúva, estou livre para vir”, brincou. Ela aprovou a experiência. “Amei. Quero ver mais. Foi o que esperava.”
A música mais cantada foi O Último Regresso, de Cavalcanti. Toda vez que era anunciada, o público começava a aplaudir – e cantava junto. Alguns dos blocos procuraram interagir ainda mais com quem assistia, como o Confete e Serpentina, que jogou serpentinas e confetes nos foliões, e o da Flores, que jogou bombom e rosas. Mas uma outra agremiação foi a que mais chamou atenção. Com suas roupas decotadas com LED, o Bonde Bloco Carnavalesco Lírico fez bonito no palco.
(Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)