Projeto do Senai produz cerâmica ecológica sem cimento no RN
Inovação tecnológica alinhada à sustentabilidade. Esse é o grande diferencial do projeto potiguar desenvolvido pelo SENAI-RN (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) que busca aproveitar o entulho gerado na construção civil como matéria prima para a produção de cerâmica, sem a utilização de cimento. Aprovado no programa Inova SENAI 2014 sob o título “Piso Intertravado a Base de Resíduos Obtidos por Processo Hidrotérmico”, a pesquisa desenvolvida no Centro de Educação e Tecnologias em Construção Civil Rosária Carriço, em Natal, pelo técnico Jean Andrade, a aluna do curso técnico de Edificações Vera Cléa e a estagiária Maria Tereza, apresenta uma alternativa para reduzir impactos ambientais através de uma nova alternativa econômica.
No Brasil, 98% das obras ainda utilizam métodos tradicionais de produção que resulta em um enorme desperdício de materiais. O entulho que sai dos canteiros de obra brasileiro é composto basicamente de argamassa, tijolos e blocos, concreto, pedra, areia, metálicos e plásticos. Encontrar uma destinação adequada a esses materiais é fundamental para reduzir os impactos ambientais. “Mesmo com a resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que estabelece diretrizes para a gestão de resíduos da construção civil, não há, ainda, um destino seletivo visando o reaproveitamento desses materiais”, esclarece Jean.
A proposta do projeto se baseia em dois benéficos ambientais relevantes: o primeiro ao coletar o entulho proveniente da construção civil, analisá-los e prepará-los para a reutilização na produção de cerâmica; e o segundo ao dispensar a utilização de cimento, elemento primordial, até então, nesse novo produto, através do uso de um reator químico elétrico, substituindo os fornos cerâmicos. De acordo com Jean Andrade se trata de “viabilizar o uso de materiais taxados de inservíveis que, por meio da nossa proposta, passam a ser considerados matérias-primas em potencial na geração de um produto ecologicamente correto”.
Alternativa viável, de qualidade e baixo custo. Segundo Jean, as empresas interessadas em implantar um processo de produção similar não necessitam realizar investimentos elevados, já que a maior parte dos equipamentos utilizados faz parte da linha de produção. “A cerâmica que produzimos em laboratório atende a todos os padrões de qualidade estabelecidos pela ABNT. Transpor essa tecnologia para a produção de grande porte estaria dependendo apenas da aquisição do reator, ao custo de 200 mil reais. O retorno do investimento é garantido uma vez que a redução do custo de produção prevista é de 70%”, destacou.
Inova SENAI 2014
O projeto potiguar já vem ganhando visibilidade nacional. Selecionado no Inova SENAI 2014, programa nacional voltado para alunos, técnicos e docentes da instituição que apoia o desenvolvimento por meio de projetos inovadores alinhados aos interesses da indústria, a pesquisa será exposta, na categoria Técnica Industrial de Produto, durante a Olimpíada do Conhecimento, no segundo semestre em Belo Horizonte (MG). “Saber que o nosso projeto foi selecionado é ter reconhecimento e a certeza de que a pesquisa que desenvolvemos é de interesse e relevância para a indústria”, ressaltou Jean.
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