Projeto busca combater sexismo


147905Londres – Quando Laura Bates foi seguida até em casa uma noite por um homem que estava no mesmo ônibus que ela, ela não pensou muito sobre isso. Incidentes como esse parecem ser parte da vida em Londres. Mas a escritora afirmou que várias outras situações semelhantes ocorreram nos dias subsequentes: um estranho gritou obscenidades para ela da janela de um carro. Outro fez uma proposta de forma agressiva em um café. Um terceiro a apalpou dentro de um ônibus, e os passageiros olharam para o outro lado quando ela reclamou. Laura se assustou, não tanto pelos incidentes, mas sobre quão acostumada ela ficou com esse tipo de situação ao deixar tal comportamento de lado e não tomar uma atitude.

DivulgaçãoMovimento iniciado por Laura Bates ganha apoio de organizações civis e de políticos do Reino Unido e avança em outros paísesMovimento iniciado por Laura Bates ganha apoio de organizações civis e de políticos do Reino Unido e avança em outros países


“Eu comecei a falar com outras mulheres, e não pude acreditar na quantidade de histórias parecidas que elas tinham. Acho que muitas de nós só pensamos que ‘talvez sejamos muito azaradas’”, disse Laura, de 27 anos, em entrevista. “Assim como eu, muitas delas disseram ‘até você citas o assunto, eu nunca tinha falado com ninguém sobre isso.’”

Essas conversas desencadearam o nascimento do projeto “Sexismo Todo Dia”, um site que Laura criou para as mulheres compartilharem as experiências de sexismo e assédio no dia-a-dia – no escritório, no trem, na escola ou na rua. Dois anos depois, o que começou como uma ideia simples tornou-se um movimento que está ganhando força, obtendo apoio de políticos, policiais e milhares de homens e mulheres do Reino Unido e outros países.

O projeto reuniu 70 mil mensagens de cerca de 20 países, descrevendo uma grande variedade de comportamentos indesejáveis e ofensas, desde comentários ocasionais de um colega até estupros não relatados. Muitos relatos falam de agressão, ameaças de violência e abuso verbal em lugares públicos. Outros apresentam comportamentos e comentários aparentemente inofensivos: uma mulher conta como um assistente de vendas devolveu o troco para um amigo do sexo masculino, depois de ela ter pago pelas mercadorias.

Alguns comentários são preocupantes porque quem posta são mulheres muito jovens: uma menina de 12 anos escreveu para contar ter ouvido “volte para a cozinha” dos colegas do sexo masculino quando levantou a mão para dizer alguma coisa, e várias pré-adolescentes dizem ser assediadas diariamente por homens que gritam algo ou encostam nelas no caminho para a escola.

“O maior problema é um alto grau de subnotificação”, disse o inspetor Ricky Twyford, que supervisiona a campanha de conscientização da força policial. Isso melhorou no ano passado, segundo ele. “Definitivamente, tem ocorrido uma mudança na confiança e consciência das pessoas que passaram por isso ou testemunharam algo no gênero em relatar os casos”, disse.

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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