Miguel Josino está hospitalizado desde o fim da tarde de ontem, quando caiu de seu apartamento, que fica no primeiro andar, para o salão de festas do prédio em que mora, no bairro de Candelária, zona Sul de Natal. No momento da queda de uma altura de aproximadamente três metros, Josino bateu a cabeça e foi levado inconsciente pelo Samu até o hospital.
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Ao chegar à unidade médica, os médicos realizaram exames clínicos e Josino foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os exames demonstraram que Josino não apresentava resposta motora a estímulos externos. Com isso, ele permanece em coma profundo, respirando através de aparelhos e com condições hemodinâmicas instáveis.
Ainda não há a confirmação sobre qual será o exame realizado por Josino até o início da tarde de hoje, mas a tendência é que seja avaliada a atividade cerebral através de um eletroencefalograma, que observa a atividade elétrica cerebral, ou um ultrassom doppler de carótida, que indica se há fluxo sanguíneo no cérebro.
Exames
O caso de Miguel Josino é grave, mas ainda não é possível constatar se o procurador-geral do Estado teve morte cerebral. Para o diagnóstico sobre a situação, é preciso que uma série de procedimentos sejam realizados. A norma é padrão para todo o Brasil.
Para a observação se um paciente ainda tem atividade cerebral, pelo menos três exames precisam ser realizados. Somente após os três é possível constatar se há ou não a morte cerebral de um paciente, que é um estado irreversível.
Sem comentar casos específicos, o neurocirurgião Cleiton Vieira, do Instituto de Neurocirurgia Potiguar (INP), explicou que o protocolo para que seja dado um diagnóstico de morte cerebral é rígido e não deixa brechas para erros.
No primeiro momento, o médico realiza o exame clínico para saber se o paciente responde a estímulos externos, apurando se há as chamadas respostas de tronco e motoras. Caso não haja resposta do corpo do paciente, é aberto um protocolo específico para que outro médico, no intervalo mínimo de seis horas, realize novo exame para apurar a situação.
Na nova avaliação, se o paciente continua sem responder a estímulos externos, é determinada a realização de exames detalhados para observar a atividade cerebral: o eletroencefalograma ou ultrassom doppler de carótida, que avaliam se há atividade elétrica cerebral e fluxo sanguíneo no cérebro, respectivamente. Somente um dos exames já é suficiente para o diagnóstico.
“Não há diagnóstico de morte cerebral sem a certeza absoluta, até porque é uma situação irreversível e em que todos os médicos têm a cautela para que se passe a informação às famílias”, explicou Cleiton Vieira.