Blog do Levany Júnior

Presos aprendem a confeccionar bolsas em cadeia do Pará

22/07/2017 09h02  Atualizado 22/07/2017 09h02

Presos do Pará aprendem a confeccionar bolsas na cadeia (Foto: Akira Onuma / Divulgação / Susipe)

Detentos que cumprem pena no Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), em Marituiba, estão aprendendo técnicas de corte e modelagem de tecidos e couro para confeccionar bolsas. A atividade tem como objetivo ensinar um ofício para os presos e ajuda-los a conquistar a liberdade, já que a pena de cada interno é reduzida em um dia para cada quatro trabalhados.

Dezessete detentos estão cursando as aulas, que são oferecidas através de uma parceria do estado com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). “São 40 horas semanais de curso. Não é difícil e eles podem usar a criatividade para fazer vários modelos, assim como acrescentarem outros materiais, como o fuxico, por exemplo”, disse o instrutor Luiz Leite.

O instrutor Luiz Leite (e) ensina os detalhes da técnica de confecção de bolsas (Foto: Akira Onuma / Divulgação / Susipe)

O preso Alexandre Paixão tem 37 anos, e conta que pela primeira vez está fazendo um curso profissionalizante. “Estou feliz, por que já tenho uma fonte de renda quando sair”, afirma o detento, que superou o receio inicial durante as primeiras horas do curso. “Eu achava que era bem difícil aprender, mas agora vi que não é”, disse.

José Carlos Silva espera poder sustentar a família com o que aprendeu na cadeia. “Eu tenho três filhos e já estou aqui pensando no sustento deles. A minha esposa trabalha com artesanato, por isso estou ansioso para mostrar pra ela que também aprendi alguma coisa. Vamos unir nossa criatividade e colocar a mão na massa”, conta.

Segundo a pedagoga do PEM I, Karin Monteiro, o curso permite que os presos façam planos para a vida fora da cadeia. “Esse curso abre um leque de oportunidades, pois eles podem abrir o próprio negócio e ganhar uma boa renda através disso. O mercado hoje é muito fechado, ainda mais para pessoas com o histórico deles. Infelizmente ainda temos o preconceito e não são todas as pessoas que procuram dar uma nova chance”, conclui.

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