A Polícia Civil do Rio Grande do Sul indiciou Evandro Wirganovicz, irmão de uma das suspeitas da morte do menino Bernardo Boldrini, de 11 anos, por homicídio simples e ocultação de cadáver. A parte complementar do inquérito foi entregue na tarde desta sexta-feira (6) no Fórum de Três Passos, cidade do noroeste do estado, onde a criança morava.
Irmão de Edelvania Wirganovicz, presa há mais de um mês e também ré pela morte, Evandro foi denunciado pelo Ministério Público por ocultação de cadáver. O indiciamento por homicídio simples se deu porque o homem não sabia dos elementos que se tornaram qualificadores do indiciamento por homicídio qualificado dos demais suspeitos, como motivos torpe ou fútil.
Além de Edelvania, o pai da criança, Leandro Boldrini, e a madrasta do menino, Graciele Ugulini, estão presos desde o dia 14 de abril, quando o corpo de Bernardo foi encontrado enterrado no município de Frederico Westphalen, no norte do estado, a cerca de 80 km de Três Passos. Os três foram denunciados por homicídio qualificado.
As provas fundamentais contra Evandro foram o depoimento do policial que viu o carro do homem próximo ao local onde o corpo do Bernardo foi encontrado e também e o detector de mentiras. Quanto à feitura do buraco, houve riscos de mentira, e quanto ao fato de ele saber da morte de alguém, também foi um aspecto que gerou desconforto, segundo a delegada.
No dia 27 de maio, a Justiça negou um pedido de revogação de prisão de Evandro. Ao saber da prisão do irmão no início de maio, Edelvania, da cadeia, escreveu uma carta inocentando Evandro. Ela afirmou que o irmão participou da ocultação do cadáver, mas garantiu que ele não teve nenhum envolvimento no assassinato.
Indiciamentos
O pai, a madrasta e a assistente social foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, com os qualificadores “mediante paga ou promessa de recompensa, motivo fútil, meio insidioso, dissimulação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima”, conforme a polícia, e ocultação de cadáver.
Leandro Boldrini: atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ele também auxiliou na compra do remédio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune.
Graciele Ugulini: mentora e executora do delito de homicídio, bem como da ocultação do cadáver.
Edelvânia Wirganovicz: executora do delito de homicídio e da ocultação do cadáver.
(Foto: Reprodução/RBSTV)
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
“O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada”, relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal.