Polícia faz perícia na casa de publicitário suspeito de matar zelador
04/06/2014 07h48 – Atualizado em 04/06/2014 08h34
Polícia faz perícia na casa de publicitário suspeito de matar zelador
Policiais suspeitam que uma arma tenha sido usada no crime.
Publicitário confessou esquartejamento, mas afirma que morte foi acidental.
A Polícia Técnico-Científica esteve no apartamento do casal Eduardo Tadeu Pinto Martins, 47, e Ieda Cristina Martins, 42, na Casa Verde na madrugada desta quarta-feira (4) para fazer perícia no local onde teria sido assassinado o zelador Jezi Lopes de Souza. A suspeita é que o publicitário tenha usado uma arma para dar coronhadas na cabeça do zelador Jezi Lopes de Souza no apartamento, na última sexta-feira (30). A arma foi encontrada com sangue na casa de Praia Grande, onde a polícia prendeu o publicitário na segunda-feira (2).
Eduardo Martins alega que brigou com o zelador e que ele caiu e bateu a cabeça no batente da porta. A morte teria sido acidental, segundo o publicitário, que afirma que se desesperou e resolveu sumir com o corpo do zelador e esquartejá-lo.
Na perícia realizada na madrugada desta quarta, os policiais usaram equipamentos que mostram traços de sangue mesmo que ele tenha sido retirado. A Polícia Técnico-Científica também realizou análises no carro e na residência da Praia Grande, onde, segundo a Polícia Civil, Martins queimou o corpo de Jezi Lopes de Souza.
Nesta quarta-feira, os policiais pretendem retornar ao apartamento da Casa Verde para cumprir um mandado de apreensão e busca. O objetivo é encontrar objetos que possam ajudar a reconstituir a cena e os acontecimentos relacionados ao crime.
A defesa do suspeito afirma que seu cliente admite que a arma é dele, mas nega tê-la usado para atacar o zelador.
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Segundo o advogado Marcelo Primo, seu cliente sujou as mãos com o sangue de Souza após o acidente e, em seguida, pegou na arma. Este, de acordo com o defensor, é o motivo de a coronha apresentar manchas de sangue.
Inocentou a mulher
A advogada Ieda Cristina Martins, de 42 anos, mulher do publicitário, deixou na noite de terça-feira (3) o 89º DP no Morumbi beneficiada pela revogação da prisão temporária expedida pelo juiz Rodrigo Tellini, da 2ª Vara do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo. As informações são do advogado do casal, Marcelo Primo.
Eduardo Martins segue preso no 77º DP, em Santa Cecília.
Em vídeo obtido pela TV Globo, feito logo após sua prisão em Praia Grande, o publicitário inocenta a mulher pela morte do zelador. “Ele bateu a quina no batente da porta mesmo, bateu e já caiu nós dois (sic) para dentro do apartamento. Quando ele caiu, eu fechei a porta. Aí fui lá, olhei os sinais vitais dele, se já estava morto.”
O publicitário acrescentou que se desesperou. “Peguei, saí na porta, olhei, olhei. Me desesperei. Fui, peguei a mala. Enrolei ele num um cobertor, coloquei dentro da mala. Fiquei sem saber o que fazer. Coloquei inteiro dentro da mala. Não sabia o que fazer.”
Eduardo Martins disse que fez tudo isso sem que sua mulher, a advogada Ieda Cristina, soubesse. “Ela ia chegar, a gente ia fazer o trabalho de escola do meu menino. No domingo, nós saímos e eu falei para ela: ‘ó, preciso resolver um problemas’. E aí eu vim para cá [Praia Grande].”
(Foto: Marco Ambrosio/Estadão Conteúdo)
Questionado se tinha levado o corpo em companhia de sua mulher, ele negou. “Voltei sozinho. Depois voltei [para São Paulo], encontrei com ela, nós saímos, fomos jantar. No sábado teve o pessoal da polícia vistoriando lá o apartamento.”
Sobre o que havia afirmado aos agentes no momento da vistoria, o publicitário disse que mentiu. “Falei que não tinha acontecido nada. Que eu tinha minhas brigas com ele, mas que não tinha acontecido nada.”
Segundo o advogado Marcelo Primo, a divulgação do vídeo pode ter ajudado na decisão da Justiça de revogar a prisão temporária.
Eduardo Martins deverá ser indiciado por homicídio triplamente qualificado, segundo a Secretaria da Segurança Pública (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima).
Câmeras de segurança
O zelador desapareceu no prédio onde trabalhava, na Zona Norte, no dia 30. A última imagem registrada pelas câmeras de segurança mostram Jezi saindo com cartas na mão. Outras imagens mostraram Eduardo Martins saindo com malas.
Segundo a polícia e familiares da vítima, ambos brigavam por questões como a entrega de jornais e a divisão de vagas de garagem.
A polícia vai pedir a quebra dos sigilos bancário (para saber de Ieda comprou a mala usada para deixar o corpo com cartão de crédito) e telefônico e o registro das antenas de telefonia celular (para saber onde o aparelho do casal foi usado).
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