Os suspeitos de jogar bombas e tentar agredir torcedores ingleses no Centro de São Paulo podem ter relações com torcidas organizadas do Corinthians, de acordo com a Polícia Militar. “A questão é que são todos (torcedores) de um clube e pertencem a torcida organizada”, afirmou o cadete da PM Rômulo Fabrette. Por volta das 16h, os detidos eram ouvidos pelo delegado do 77º Distrito Policial.
O grupo atacou torcedores ingleses que estavam em bares no Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo, no começo da tarde desta quinta-feira (19). O ataque ocorreu a poucos metros da Fifa Fan Fest. Quinze pessoas foram presas depois do tumulto, segundo o Comando de Policiamento da Copa (CPCopa) da Polícia Militar.
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De acordo com o cadete, os homens carregavam camisetas e bonés da Gaviões da Fiel e da Camisa 12. Ninguém do grupo tem passagem anterior pela policia, de acordo com o cadete. Com o grupo foram apreendidos seis rojões, cinco morteiros, um punhal, um soco-inglês e dois protetores bucais.
Procurado pelo G1, o advogado Davi Gebara, defensor da Gaviões da Fiel, disse que a principal torcida corintiana repudia o ataque contra os torcedores ingleses. Ele acrescentou que, caso algum dos detidos seja da Gaviões, o setor jurídico da torcida não irá defende-los.
A agressão contra os ingleses ocorreu na frente de dois bares localizados no começo da Avenida São João. Segundo a PM, um bomba foi jogada contra torcedores que estavam no Bar Guanabara e na lanchonete Planeta Fruta.
Belzunces/Frame/Estadão Conteúdo)
Na sequência, os agressores também arremessaram morteiros e arrancaram bandeiras dos torcedores. Depois, o grupo fugiu e tentou entrar no ônibus que fazia a linha 930P-10 Terminal Pinheiros.
A Polícia Militar perseguiu os suspeitos. Os detidos foram levados no próprio ônibus para o 77° Distrito Policial, em Santa Cecília.
Bares seguem abertos
De acordo com funcionários do Bar Guanabara, apesar da correria e do tumulto, nenhum cliente ficou ferido. O estabelecimento manteve o funcionamento nesta tarde.
Também afetado pelo tumulto, o proprietário do Planeta Fruta, Reginaldo Pereira, disse que a ação pareceu uma tentativa de arrastão. “Toda vez que tem evento grande acontece isso. Todo mundo correu, o bar ficou vazio.” Ele disse que não havia policiais na frente do bar, que fica ao lado da Fan Fest.
Após a confusão, os torcedores ingleses ocuparam a área novamente. Segundo um torcedor da Irlanda do Norte que se identificou apenas como Dallas e estava no local na hora do ataque, os policiais que estavam no local não fizeram nada para deter os agressores. “Os caras pularam em um ônibus para tentar escapar e aí a polícia foi atrás deles”, diz.
Dallas tirou fotos das bombas apreendidas e diz que não teve medo. ‘Sou da Irlanda do Norte. Tem bombas lá também. Isso não me assusta”, diz.
Deborah Sawyer, que é da cidade de Nottingham, na Inglaterra, estava do lado de fora do bar com amigos. “O que aconteceu, basicamente, é que chegaram uns caras jogando garrafas. A gente saiu correndo”, diz. Depois da confusão, eles voltaram pro bar, mas ficaram do lado de dentro. “É mais seguro”, disse ela.
local da agressão