PF cita ‘colaboração’ da Petrobras e apreende documentos na sede da empresa
A PF (Polícia Federal) esteve na sede da Petrobras, nesta sexta-feira (11), para cumprir mandados de busca e apreensão de documentos como parte das investigações na segunda etapa da Operação Lava Jato, que combate a lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Em nota, a PF informou que “houve colaboração” da Presidência da Petrobras na entrega dos papéis e, por isso, “não foi necessário” cumprir os mandados de busca e apreensão. O comunicado afirma ainda que os diretores e a presidência da petroleira “contribuirão para a continuidade das investigações”.
A Petrobras também emitiu nota oficial, por meio da qual confirmou ter recebido um delegado e três agentes da PF e “cumpriu imediatamente Ordem Judicial para entregar documentação referente a uma específica contratação”.
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Segundo o comunicado oficial da empresa, a presidente Maria das Graças Silva Foster recebeu os três em uma sala de reuniões e, imediatamente, “acionou a Gerência Jurídica da companhia para tomar todas as providências, com vistas ao cumprimento da Ordem Judicial”.
Mais cedo, a PF cumpriu 23 mandados de busca, apreensão e prisão — dois de prisão temporária, seis de condução coercitiva e 15 de busca e apreensão — nas cidades de São Paulo (SP), Campinas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ) e Macaé (RJ).
Além da petroleira, outra empresa que estaria sendo investigada é a Ecoglobal Ambiental, com sede em Macaé (RJ), que fechou contratos sem licitação com a estatal nos últimos anos.
Por meio do perfil oficial que mantém no Twitter, a PF informou que, por meio dos mandados, tinha o objetivo de “buscar documentos que auxiliem os trabalhos da investigação”.
Operação Lava Jato
Deflagrada no dia 17 de março, a operação é fruto de investigação de esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que envolvia quatro doleiros. Entre os doleiros detidos está Alberto Youssef, cuja relação com o deputado André Vargas (PT-PR) acabou custando ao petista o cargo de vice-presidente da Câmara.
A PF acredita que o esquema investigado pela Lava-Jato pode ter movimentado mais de R$ 10 bilhões. A polícia diz que o material apreendido nesta sexta-feira contribuirá para os relatórios finais dos inquéritos em andamento.
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa está preso desde o mês passado pela Operação Lava-Jato, acusado de envolvimento com Youssef, que lavaria dinheiro de propinas de fornecedores da petroleira. A primeira fase da operação focou doleiros.
Leia abaixo o comunicado oficial da Polícia Federal:
“Nota à Imprensa – Operação Lava Jato
Em referência aos mandados cumpridos hoje, 11/4, no contexto da Operação Lava Jato, a Polícia Federal informa:
1 – A Justiça Federal no Paraná expediu mandados de intimação prévia para que a Petrobrás apresentasse documentos. Como houve colaboração, não foi necessário o cumprimento de mandados de busca e apreensão para o êxito na obtenção desses papéis;
2 – A Presidência da Petrobrás colaborou com os policiais federais apresentando os documentos, que foram apreendidos e contribuirão para a continuidade das investigações”
Leia abaixo o comunicado oficial da Petrobras:
“Comunicado à Imprensa
A Petrobras recebeu hoje (11/4) e cumpriu imediatamente Ordem Judicial para entregar documentação referente a uma específica contratação.
A Ordem Judicial foi expedida pela Seção Judiciária do Estado do Paraná.
Um delegado e três agentes da Polícia Federal foram recebidos pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, em uma sala de reunião. Imediatamente, a presidente acionou a Gerência Jurídica da companhia para tomar todas as providências, com vistas ao cumprimento da Ordem Judicial.”
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