Carolina Souza
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Postos de combustíveis em todo o Rio Grande do Norte passaram uma semana sem o abastecimento regular de gasolina pela Petrobras. Segundo informações de empresários do setor de varejo, a distribuidora não enviou as carretas programadas durante a semana passada e o resultado foi de desabastecimento em muitas bombas, situação que levou prejuízo aos donos de postos e dor de cabeça para o consumidor, que rodou mais do que o esperado para comprar o combustível.
Fontes consultadas pelo O Jornal de Hoje informaram que o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos RN) não se pronunciaram sobre o caso para os associados. A reportagem deste vespertino também procurou ambos os sindicatos, mas não obteve retorno.
De acordo com um dono de posto da bandeira Petrobras na capital potiguar, o problema de desabastecimento, apesar de ter regularizado no começo desta semana, gerou um prejuízo de aproximadamente 80% do faturamento comum a cada dia de serviço. “Essa é uma perda significativa. Nós e os consumidores ficamos sem entender o que aconteceu, pois nada foi divulgado”, disse, preferindo não se identificar à reportagem.
Essa mesma fonte ainda declarou que, pessoalmente, procurou informações junto à Petrobras, e a distribuidora alegou que houve atraso na entrega do combustível pelas carretas. “Alguns postos do RN chegaram a receber gasolina vinda de Pernambuco, Paraíba e do Ceará para não deixar os clientes sem combustível. Nos meus postos eu só tinha diesel e etanol para revender”, destacou.
Outros dois empresários ouvidos pelo O Jornal de Hoje também disseram que enfrentaram situações ruins durante a semana passada. Um deles só teve gasolina suficiente para dois dias e temeu escassez no mercado. “Já pensou enfrentarmos essa escassez? Essa situação assustou muitos motoristas, que chegaram a passar por três ou quatro postos para encontrar o combustível”, disse.
Há quem diga que o registro dos donos de postos seja reflexo de um problema nacional, mas a dificuldade de acesso às fontes oficiais para confirmar coloca o assunto no âmbito da especulação. Enquanto isso, os empresários reclamam e enxergam prejuízos futuros. “Não acredito que isso tenha sido um problema de logística, mas de falta de gasolina no país. Se isso se confirmar, o consumidor será o mais prejudicado”, avaliou um empresário de Natal. “Já soube que o desabastecimento no interior do RN foi muito maior”, afirmou.
Desde o início do ano, uma série de denúncias sobre a Petrobras vem ganhando destaque na mídia nacional. As suspeitas de irregularidades são muitas e originou até mesmo uma CPI no Senado, para investigar as acusações. Nos últimos anos, a dívida da Petrobras quadruplicou e seu valor foi reduzido a metade.
A reportagem buscou um posicionamento da Petrobras sobre o problema relatado pelos empresários nesta matéria. Através da assessoria de imprensa, a estatal informou que estava apurando informações sobre o que levou ao desabastecimento de gasolina, porém, até o fechamento desta edição, não foi apresentada uma resposta oficial.