Peritos investigam desabamento
Belo Horizonte (AE) – As causas do desabamento do viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, que matou duas pessoas e deixou outras 22 feridas na capital mineira, só serão conhecidas depois de um verdadeiro “conclave” de perícias. É que, além dos especialistas do Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia (Ibape) de Minas Gerais e do grupo técnico indicado pelo Conselho Regional de Engenharia (CREA), um terceiro laudo será produzido por peritos contratados pela Cowan, empresa que realizava a obra. As primeiras análises sinalizam que um afundamento de seis metros do pilar principal, após a retirada das escoras, pode ter causado o desabamento.
Enquanto funcionários que trabalhavam no local garantem que a obra seguia a toque de caixa, o secretário de obras da Prefeitura de Belo Horizonte (PMBH) e presidente da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), Lauro Nogueira, afirma que o viaduto não era uma obra da Copa do Mundo e, por isso mesmo, não havia pressa na sua entrega. Ele reconheceu descaso na fiscalização, mas enfatizou que a prefeitura é corresponsável pela queda de uma das alças do elevado. “A prefeitura tem responsabilidade, assim como a construtora e os técnicos contratos para a fiscalização”, disse.
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A Polícia Civil do Estado de Minas Gerais informou que o inquérito policial destinado a apurar as circunstâncias que envolveram a queda do viaduto já está em andamento na 3ª Delegacia Regional de Venda Nova. Segundo a polícia, a primeira providência adotada pelo delegado regional Hugo e Silva foi acionar a perícia técnica e colher informações de pessoas que estavam no local. Foram realizados os trabalhos periciais, sem os quais os corpos não poderiam ser liberados para as providências de sepultamento.
A perícia de engenharia legal do Instituto de Criminalística prosseguiu com os os procedimentos, visando a elaboração do laudo pericial, que deve ser concluído no prazo de 30 dias. Segundo o delegado que preside os autos, a coleta de provas técnicas é importante nesta fase inicial da investigação, assim como a formalização das declarações de envolvidos e depoimentos das testemunhas.
O Ministério Público mineiro também investiga, há dois anos, indícios de superfaturamente no projeto, orçado em R$ 154 milhões, detectados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). O temor, agora, se vira para outras obras em andamento. A demolição da alça do viaduto que permanece de pé, por exemplo, não está descartada e a Câmara Municipal de Belo Horizonte cancelou seu recesso, para “dar um retorno à sociedade mineira”, como disse em nota.
Evitar o alarmismo neste momento, três dias antes de Belo Horizonte receber uma das semifinais da Copa do Mundo, é a maior preocupação das autoridades. Em decorrência do ocorrido, todas as festividades programadas para o jogo da Seleção Brasileira foram canceladas ontem na cidade.
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