Um dos preletores da noite de quinta-feira da Conferência Global foi o pastor e líder da base da Jocum, Marcos Borges, o Coty. O pastor, como lhe é de costume, trouxe aos presentes uma profunda reflexão em torno da palavra crescimento e de como um verdadeiro líder deve com ela se relacionar.
A mensagem foi baseada em 1o Crônicas 21. Segundo o pastor, uma atitude de transgressão atinge as pessoas vinculadas de alguma forma ao transgressor. E prosseguiu, exemplificando o caso de Davi, que numa atitude transgressora, atingiu todo um povo com sofrimento. Ainda que Davi numa atitude de intercessão, de quebrantamento tenha chamado toda responsabilidade para si mesmo, as consequências vieram sobre o povo. A bíblia diz que vendo Davi o anjo que feriu falou ao Senhor dizendo: “Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei, e fiz muito mal; mas estas ovelhas o que fizeram? Ah! Senhor, meu Deus, seja a tua mão contra mim, e contra a casa de meu pão. E não para castigo do teu povo.”
Tomando como base a atitude de Davi, Pastor Marcos extraiu grandes lições para os líderes do contexto atual. Vejamos:
O crescimento pode ser a maior prova de Deus para vida de um líder. Muita gente pensa que o crescimento é só benção, que se acabaram as vacas magras. No entanto, relatou o pastor, esse é o período mais tenebroso da história. É quando você cruza essa fronteira e entra num liberar de Deus. Porque o que se tem visto é que o sucesso traduzido pelo crescimento pode configurar a oportunidade perfeita para satanás incitar um líder ou até mesmo todo um ministério a segui-lo, ponderou. Deus é alérgico à soberba, disse. Crescimento é algo natural e necessário. Segundo o pastor, é fundamental que todo líder saiba como se relacionar com o crescimento, sem se contaminar com a soberba, com o exclusivismo. Dessa forma, analisou, precisamos saber separar a alegria do sucesso da motivação do crente.
Outra lição deixada pelo preletor aos presentes foi a de adverti-los de que ter um forte esquema interior de vigilância nas nossas motivações é algo fundamental na vida cristã.
Para o pastor, quando começamos a nos sentir muito bem sucedidos num ministério, esse é o momento para realmente levantarmos nossas defesas, nosso discernimento, nossos alertas. Quanto mais Deus nos acrescenta, mais cuidadosos precisamos nos tornar com relação à soberba, relatou. Além disso, a soberba vai destruir aquilo que realmente Deus fez, disse.
Ademais, acrescentou, quando Deus abençoa muito um líder, uma das poucas alternativas de satanás é usar todas as artimanhas possíveis para elevar esse líder a se vangloriar, recebendo os méritos daquilo que foi Deus quem fez. É algo que seduz. É a famosa síndrome de Nabucodonosor: “Pensemos na glória daquele império, um dos maiores que o mundo já viu, o império babilônico. De repente, Nabucodonosor fala: eu fiz isso, eu construí isso. E o que lhe aconteceu? Ficou sete anos pastando”, disse.
Pastor Coty definiu a soberba como a sutileza de satanás para arrombar um ministério pela porta da liderança. Assim, continuou, quando nós nos ensoberbecemos, nós começamos a remanejar a glória de Deus para satanás, deixando um rastro de tragédia e destruição. A Bíblia é muito clara ao mostrar a associação da soberba, da arrogância com satanás, ponderou.
Exemplificou ainda que a soberba é a causa de muitos escândalos morais que subverteram e tem subvertido grandes líderes e também grandes ministérios. Mencionou um versículo de Eclesiastes que fala: O homem que aborrece ao senhor vai cair nas mãos da mulher sedutora.
Outra lição foi a respeito da idolatria pelo crescimento. Segundo o pastor, a idolatria nos ensurdece ao conselho de pessoas sensatas. É só vermos o que aconteceu a Davi, quando não ouviu o conselho Joab, mas quis impor sua decisão. Assim, a cobiça não apenas nos deixa surdos para Deus, mas também seduz e obstina nossos ouvidos pela voz de satanás. Nós não devemos confundir ousadia e perseverança com presunção e obstinação, ponderou.
Ainda sobre a cobiça, o pastor disse que quando ela inspira estratégia e a estratégia inspira a vanglória, vai haver um retrocesso muito sério no processo de crescimento. E por isso, não devemos cobiçá-lo.
Devemos ser fiéis no pouco, obedecendo aos princípios de Deus. E é verdade que se formos fiéis no pouco, tenhamos por certo que o muito virá. Mas quando o muito vier, alertou o pastor, fique debaixo da humildade. Não coloque seu coração no seu ministério, na quantidade de pessoas que você alcança e influencia. O muito vai provar os alicerces. E se esses alicerces realmente não forem confiáveis, as trincas da insegurança começam a aparecer, por meio de um líder tirano e controlador que facilmente cai na vanglória, na arrogância, na soberba, exemplificou.
Além disso, acrescentou o pastor, quando a insegurança fala mais alto do que a dependência a Deus, começamos a fazer aquilo que parece mal aos olhos do Senhor. É aqui, disse, que começamos a inverter as coisas, sacrificamos princípios, ignoramos os conselhos oportunos dos sábios e queimamos relacionamentos. Pastor Coty fez ainda outra alerta de que quando perdemos a visão de reino, começamos a viver como donos da obra de Deus e o fracasso começa. Exemplificou ainda, que muitos líderes têm o capricho de colecionar discípulos sem a intenção de liberá-los para o propósito. Isso ocorre quando o líder quer que o discípulo viva sob seu domínio. Vemos então que o fracasso e a insatisfação dessas pessoas subjulgadas surgirá mais cedo ou mais tarde.
Para o pastor, liderar é investir no dom e no sucesso das pessoas, liberando-as, emancipando-as para o propósito de Deus, seja para onde for e como for. Prosseguiu dizendo que quando a motivação é corrompida pela avareza nós começamos a barganhar o avivamento pelo crescimento. E fez o seguinte questionamento: O que é mais importante pra você? um legítimo avivamento ou o crescimento?
Segundo Coty, o forte ataque de satanás contra líderes reside na motivação corrompida pelo amor ao dinheiro. E isso, segundo ele, é uma alerta para todos os líderes, uma palavra de vigilância. Porque segundo o pastor, temos que disciplinar nossos motivações, se não nos corrompemos, já que são tentações que se passam para todos os que são líderes. Importante consideração fez o pastor, quando alertou a todos de que muitas vezes começamos a tratar as pessoas pelos dízimos e ofertas que elas representam, de sermos mais brandos com os pecados dos ricos ou ainda de deixarmos de confrontar as pessoas porque temos medo de elas irem embora. É dessa forma que, segundo o pastor, banimos a Glória de Deus das nossas igrejas.
Quando um líder se ensoberbece todo o povo padece. A bíblia francamente adverte: “O que se dá à cobiça perturba a sua própria casa”. A cobiça desenvolve o processo coorporativo de perturbação.
O pregador termina a ministração deixando ali uma profunda reflexão sobre o que tem acontecido com o crescimento nas igrejas e chamou a mensagem de uma carta de intercessão, convocando a todos os presentes para um clamor pela igreja brasileira em uma oração que incendiou aquele lugar.
Por Linkar Comunicações
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