PENDÊNCIAS RN-PT rejeita romper com PMDB


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SALVADOR — Sem críticas à política econômica, sem defesa da volta da CPMF e sem decisão sobre mudanças no funcionamento interno do partido, o PT encerrou neste sábado o seu 5º Congresso, em Salvador numa sessão tumultuada e com hostilidades ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), do PMDB, legenda que é principal aliada do governo federal. No último ato do encontro, o presidente do PT, Rui Falcão, fez uma defesa pública do ex-tesoureiro do partido João Vaccari, preso desde o dia 15 de abril em desdobramento da Operação Lava-Jato.

Apesar da insatisfação das correntes minoritárias, as propostas defendidas pelo grupo que comanda a legenda, do qual faz parte o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram amplamente aprovadas. Com participação de cerca de 650 dos 750 delegados que compareceram ao Congresso, o partido decidiu, por falta de tempo, remeter ao diretório nacional a deliberação sobre algumas emendas ao texto final do encontro. A decisão provocou vaias. Entre as questões transferidas para o comando da legenda está a manutenção ou não da decisão de não aceitar mais doações de empresas para custear o funcionamento da sigla.

O Congresso definiu as diretrizes para atuação do partido nos próximos anos. Apesar de teses iniciais das correntes internas e manifestos lançados durante o encontro criticarem de forma direta a política econômica e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o texto final deixou de lado qualquer menção mais dura às medidas do governo.

Uma emenda com ataques diretos proposta por petistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi rejeitada pelos delegados.

A única alteração aprovada em relação ao texto-base, chamado de “Carta de Salvador”, fala em “conduzir a orientação geral da política econômica para implementação de estratégias para retomada do crescimento”.A emenda era fruto de um acordo entre as principais tendências internas, incluindo a corrente majoritária, a CNB. O texto original do adendo que foi lido no plenário do Congresso falava em “alterar a política econômica”, mas a aprovação só ocorreu depois da exclusão do termo.

Ao discursar contra mudanças no texto-base sobre a política econômica, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que o partido não poderia sair rachado do Congresso de Salvador como “querem a direita e a mídia”.

— É fundamental que o PT afirme e reafirme que está ao lado do governo — discursou Costa, sendo vaiado pelos sindicalistas.

Apesar de ter a sua emenda original rejeitada, o grupo ligado à CUT se manifestou com gritos de “a CUT tem razão, ajuste é recessão”.

Questionado se a presidente Dilma saiu vitoriosa do encontro petista, Rui Falcão rejeitou a análise.

— A presidenta não estava sendo julgada neste encontro.

Mas, segundo o presidente do PT, o documento foi construído justamente com o objetivo de evitar embaraços.

— Houve críticas, sim, a aspectos da política econômica, mas não com “fora Levy” ou personificando críticas em algum ministros ou na presidente da República. O texto tem uma visão de retomar o crescimento sem recessão. São formas de dialogar com a população sem entrar nesse dilema maniqueísta de que agora o PT está contra a política econômica, está contra a Dilma.

O texto defende a criação impostos sobre grandes fortunas, grandes heranças e lucros e dividendos. Mas, com divisão dentro do grupo que comanda a legenda, a CPMF foi retirada do documento, na única derrota de uma posição pessoal de Rui Falcão.

Em outro momento polêmico do Congresso, os petistas rejeitaram a possibilidade de romper a aliança com o PMDB para as eleições de 2016. A votação de uma emeda, que chamava o principal aliado de “sabotador do governo”, gerou hostilizações ao presente da Câmara, Eduardo Cunha.

Quando o líder do governo na Câmara, José Nobre Guimarães (PT-CE), defendia a rejeição da emenda, os delegados petistas começaram a gritar: “Fora Cunha”.

— Não é questão aqui de defender o Cunha, mas de evitar que o governo não sofra com isolamento — afirmou Guimarães.

Até o deputado Carlos Zaratini (PT-SP), que também discursou pela rejeição da emenda contra o PMDB, hostilizou Cunha.

— Temos 12 anos de uma aliança vitoriosa. Não é porque um oportunista de ocasião está na Presidência da Câmara que vamos mudar isso.

A emenda foi rejeitada pela maioria dos presentes, sem necessidade de contabilizar individualmente os votos.

Também foi apreciada a possibilidade de acabar com as eleições diretas para dirigentes. A proposta foi rejeitada, apesar dos discursos com denúncias sobre irregularidades nesses processos apresentadas em discursos ao plenário de delegados.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, disse que os filiados são manipulados nesses processos de eleições internas:

— Sempre defendi o PT das massas, mas não de massas de manobra. Não é eleição direta, é manipulação — criticou.

Valter Pomar, da corrente minoritária a Articulação de Esquerda, relatou que as eleições diretas internas são contaminadas por práticas, como compra de votos e transporte de eleitores por candidatos.

Ao fazer a fala de encerramento do encontro, Falcão anunciou uma moção em defesa de João Vaccari Neto, que até então só tinha sido defendido em plenário pelo líder da corrente minoritária O Trabalho, Markus Sokol.

— Ele está preso injustamente. Nunca se apropriou de um centavo do partido. Há uma tentativa de criminalizar o PT através da prisão dele.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/pt-rejeita-romper-com-pmdb-mas-cunha-hostilizado-16438400#ixzz3cyltLfIl
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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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