Othon LuizPinheiro da Silva, presidente licenciado da eletronuclear – Gustavo Miranda (11/03/2014) / Agência O Globo
Preso nesta terça-feira durante a 16ª fase da Operação Lava-Jato, o presidente licenciado da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, liderou o Programa Nuclear Paralelo entre 1979 e 1994. Executado sigilosamente pela Marinha, o programa resultou no desenvolvimento da tecnologia 100% nacional de enriquecimento do urânio pelo método de ultracentrifugação. Engenheiro e vice-almirante reformado, Othon disse, em entrevista ao GLOBO em março do ano passado, que o objetivo inicial do projeto foi desenvolver a tecnologia de propulsão nuclear e admitiu que os governos militares da época tinham interesse bélico no programa. Othon recebeu em 1978 a incumbência de iniciar os primeiros estudos para um submarino nuclear brasileiro.
O nome de Othon Luiz Pinheiro da Silva já havia aparecido na Lava-Jato. O depoimento do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, reforçou o teor da delação do ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini. Segundo Avancini, coube à UTC, com participação de Pessoa, convocar uma reunião para acertar propina ao PMDB e a dirigentes da Eletronuclear, entre eles Othon Luiz Pinheiro da Silva.
Nascido em Sumidouro, no interior do Rio, Othon pediu licença do cargo de presidente da Eletronuclear em abril, após notícias veiculadas na imprensa de que teriam sido feitas negociações para pagamento de supostas propinas a Silva nas obras da usina nuclear de Angra 3. Enquanto isso, a presidência interina está sendo exercida por Pedro José Diniz de Figueiredo, que estava na Diretoria de Operações da estatal.
Othon é engenheiro nuclear pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Foi gerente do Programa de Desenvolvimento das Ultracentrífugas Brasileiras para Enriquecimento de Urânio e do Programa de Desenvolvimento da Propulsão Nuclear da Marinha do Brasil.
O Globo
Blog do BG: http://blogdobg.com.br/#ixzz3hCf6YgBt