Joaquim Pinheiro
Repórter de Política
O deputado Paulo Wagner, do PV, entende que o sucesso do governo Robinson Faria (PSD) vai depender basicamente do seu relacionamento com a deputada Fátima Bezerra, líder do PT no Estado e na capacidade que terá o futuro governador na formação de uma boa equipe de trabalho, já que segundo ele, o Estado vivencia uma grave crise financeira.
“Robinson tem que tratar Fátima bem, inclusive convocando o deputado eleito Betinho Filho para a sua equipe de governo para abrir espaço para o suplente do PT, Adriano Gadelha”, disse o deputado do PV, acrescentando: “tudo vai passar por Fátima Bezerra e a força política do Estado não é mais dividida com Henrique Eduardo Alves.
Paulo Wagner, que é apresentador de programas populares na televisão e conseguiu se eleger pela primeira vez para a Câmara Federal em 2010, não obteve êxito no pleito desse ano. Ao comentar sua passagem pelo Poder Legislativo Federal o deputado do PV mostra-se decepcionado pela sensação de inoperância que é acometido cada parlamentar em razão do grande número de projetos que são encaminhados e não votados.
“Existem na Câmara Federal mais de 30 mil projetos tramitando nas Comissões Técnicas. Isso é horrível. Não temos produção e o corporativismo é grande”, ressalta.
FUTURO POLÍTICO
Como primeira alternativa para Henrique Eduardo após o insucesso eleitoral desse ano o deputado Paulo Wagner defende a ida do deputado do PMDB para a equipe de governo da presidente Dilma Rousseff ocupando um ministério que segundo ele, poderia ser a Integração Nacional onde Henrique Eduardo poderia desenvolver um bom trabalho, resgatando inclusive, o desejo do seu pai Aluízio Alves de trazer água do São Francisco para o Nordeste Brasileiro. Como projeto político a médio prazo, Paulo Wagner entende que Henrique poderia disputar uma vaga no Senado ao lado de Garibaldi Filho nas eleições de 2018.
RECOMENDAÇÃO AOS NOVOS
Aos novos deputados federais eleitos para representar o Rio Grande do Norte, Paulo Wagner recomenda (no caso, Rafael Motta, Walter Alves, Betinho Filho e Zenaide Maia) que procurem participar de Comissões Técnicas e relatorias para que agindo assim não fiquem no anonimato.
“Essa é a forma de terem visibilidade. Do contrário ficarão 4 anos na Câmara Federal sem o trabalho aparecer”, avisa.
“Meu futuro é a aposentadoria por invalidez. Falta só Henrique assinar”
“O meu futuro é uma aposentadoria por invalidez”. Essa foi a resposta do deputado Paulo Wagner ao ser questionado sobre seu futuro na vida pública do Rio Grande do Norte. Em razão dos problemas de saúde que vem enfrentando, o deputado do PV descarta a possibilidade de disputar novamente mandato eletivo. “Estou com 4 safenas, uma mamária, diabetes, hipertenção e apenas um rim funcionando e na iminência de fazer hemodiálise”, observa o deputado, dizendo que todos os trâmites para sua aposentadoria foram cumpridos, faltando apenas a assinatura do presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Eduardo Alves – a quem Paulo Wagner apoiou na disputa pelo Governo do Estado este ano.
Questionado sobre a sua não reeleição, Paulo Wagner informou que não participou ativamente da campanha em razão da sua saúde precária e também sem condições financeiras só manteve a candidatura para ajudar o candidato do PMDB ao Governo. Sobre os problemas com o PV, cujos líderes levaram seu nome para a Comissão de Ética alegando infidelidade partidária por ter votado em candidatos não recomendados pela cúpula partidária regional, Paulo Wagner negou.
PERSPECTIVAS PARA O PV
Mesmo concordando com o presidente de honra do PV, agitador ecológico, Rivaldo Fernandes, afirmando que o partido passa por um processo de “naniquização” (igualando-se aos chamados nanicos), Paulo Wagner entende que o PV tem tudo para se transformar num partido forte eleitoralmente no Estado sob o comando do senador Paulo Davim. “O PV saiu enfraquecido nessa eleição, mas pode se reorganizar realizando um trabalho de reestruturação para conquistar a vaga de deputado federal novamente e elegendo 2 ou 3 representantes na Assembleia Legislativa”, disse ele, defendendo, inclusive, a permanência do senador Paulo Davim na presidência. “Paulo é um político sério e um médico conceituado. Defendo que ele permaneça à frente do nosso partido”, concluiu.