“Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer” 1 Co 12.11
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” 1Coríntios 12:1-11
Os Dons do Espírito Santo são atuais e estão ativos na Igreja!
Uma corrente da teoria cessacionista afirma que os dons do Espírito são habilidades naturais, santificadas e aperfeiçoadas por Deus após a conversão do indivíduo. Uma outra acredita que os dons espirituais não são para os tempos hodiernos, mas estiveram restritos ao período apostólico. No entanto, ao lermos as Sagradas Escrituras, não encontramos qualquer evidência de que os dons do Espírito tenham cessado com a morte dos apóstolos e muito menos de que se trata de talentos humanos santificados. O argumento antipentecostal é fundamentado na hermenêutica naturalista, que nega qualquer elemento sobrenatural nas Escrituras. Portanto, a dedução dos cessacionistas não é possível e nem necessária como método de interpretação do Novo Testamento. A atualidade dos dons espirituais é confirmada pela Escritura e experiência cristã. No primeiro caso, podemos citar os propósitos dos dons, especificamente, o de fortalecer a Igreja (1 Co 14.3,4,26). Se os dons cessaram após a morte dos apóstolos, por que Paulo escreveria à igreja de Corinto para que buscassem ardentemente os dons e zelassem por ele, sabendo que os dons não durariam mais do que 50 anos? Não há qualquer analogia plausível para sustentar tal absurdo. A experiência pentecostal de incontáveis cristãos, em todas as épocas e lugares, é evidência complementar da atualidade dos dons conforme a verdade bíblica.
Cabe mencionar que, muitos cristãos têm dificuldades de distinguir entre Dons do Espírito (plural), Dom do Espírito (singular) e Fruto do Espírito (singular).
Vejamos:
DONS
- habilita a saber, falar e agir com poder
- Devem ser exercidos com o Fruto
- Atestam o recebimento do batismo no Espírito
- Não transforma o caráter à semelhança de Cristo
FRUTO
- Habilita a falar, agir e ser como Cristo
- Disciplina o uso dos Dons
- Evidencia a habitação do Espírito no crente
- Transforma o caráter à semelhança de Cristo
DOM DO ESPÍRITO
- Habilita a testemunhar e servir com eficácia
- Possibilita os dons aos crentes
- Enche aquela que é habilitado pelo Espírito de poder do alto
- Concede o mesmo poder que habitava em Cristo
Concernente os dons espirituais, dois princípios devem ficar patentes.
– Primeiro, quando uma pessoa recebe do Senhor os dons do Espírito, não significa que ela é mais perfeita ou que é mais merecedora das bênçãos divinas do que outras (não é a última bolacha do pacote!).
– Segundo, assim como o crente não é salvo pelas obras, mas pela graça divina (Ef 2.8; Tt 3.5), os dons do Espírito são concedidos pela graça de Deus para que ninguém se engrandeça (Rm 12.6).
Os dons espirituais são uma dotação sobrenatural concedida pelo Espírito Santo ao crente, para o serviço e execução dos propósitos de Deus na igreja e através dela. Os dons espirituais, portanto, não são qualidades humanas aprimoradas e abençoadas por Deus.
São sete as principais passagens que tratam sobre os dons espirituais: 1Co 12.1-11,28-31; 13; 14; Rm 12.6-8;Ef 4.7-16; Hb 2.4; 1Pe 4.10,11. Além destas, há muitos outros textos da Bíblia sobre o assunto.
Vejamos alguns Termos bíblicos designadores dos dons.
a) Dons espirituais (pneumatikos). O termo refere-se às manifestações sobrenaturais da parte do Espírito Santo por meio dos dons (v.7; 14.1).
b) Dons da graça (charismata). Falam da graça subseqüente de Deus em todos os tempos e aspectos da salvação (1Co 12.4; Rm 12.6).
c) Ministérios (diakoniai). Correspondem aos dons de serviços ou ministérios práticos. São ministrações sobrenaturais do Espírito através dos membros da igreja como um corpo (1Co 12.5,12-27).
d) Operações (energēmata). Esses dons são operações diretas do poder de Deus para a realização de seus propósitos (vv.9,10).
e) Manifestação (phanerōsis). Embora sejam sobrenaturais, o sentido do termo original aqui, sugere que os dons operam na esfera do natural, do sensível, do visível.
Atenção!
Deus nos concede dons, mas não é responsável pelo mau uso deles; por desobediência do portador à doutrina bíblica ou por ignorância desta. Portanto, os que recebem os dons devem:
a) procurar saber o que a Palavra ensina sobre o exercício daquele dom em particular;
b) exercer o dom segundo a Escritura;
c) evitar desordens e confusões no uso dos dons.
Segundo a Palavra de Deus, os Dons do Espírito Santo são 9 (nove) e podem ser assim classificados:
a) Dons que manifestam o SABER (REVELAÇÃO) de Deus:
♦ A palavra da sabedoria (1Co 12.8). É um dom de manifestação da sabedoria sobrenatural pelo Espírito Santo, necessário ao pastoreio, na administração e liderança.
Saber falar em determinadas ocasiões para solução de um problema especifico; um fragmento de Sabedoria Divina
Ex: José (Gn 41.38,39); Salomão e as duas mães (1Rs 3.16-28); Josué (Dt 34.9)
♦A palavra da ciência (1Co 12.8). É um dom de manifestação de conhecimento sobrenatural pelo Espírito Santo; de fatos, causas, ensinamentos, etc.
Uma revelação do que está acontecendo no momento. Não se trata de adivinhação ou telepatia, é a igreja com acesso a fatos (pessoais), circunstancias e verdades bíblicas.
Ex: Eliseu (2 Rs 6.12); Aias (1 Rs 14.1-6); Em Atos 20.23 O Espírito Santo revelava a Paulo o que ia acontecer…
♦Discernir os espíritos (1Co 12.10). É um dom de conhecimento e revelação sobrenaturais pelo Espírito Santo para não sermos enganados por Satanás e pelos homens. Este dom combate as imitações, os enganos e falsificações (ver Apocalipse 2.2 e 1Timóteo 4.1-4)
Ex: o caso de Ananias e Safira (At 5.1-11); Elimas o encantador “mágico” (At 13.6-12) e da jovem, que tinha espírito de adivinhação “possessa” (At 16.17,18) Esse dom serve como um antídoto contra as heresias dos falsos mestres.
b) Dons que manifestam o PODER de Deus.
♦Fé (1Co 12.9). É um dom de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo, a fim de que a igreja supere os obstáculos, sejam quais forem.
É crer no impossível mesmo quando, os que estão ao seu redor, não creem. Este dom faz com que os dons de cura e operação de milagres se manifestem, veja Mateus 17.20)
Fé traz autoridade – Ex: Josué. (Js 10.12); Elias (1Rs 18.33-35); Estêvão (At 6.8)
♦Dons de curar (1Co 12.9). Literalmente, “dons de curas”. São dons de manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura das doenças do corpo, da alma e do espírito, dos crentes quanto dos incrédulos.
Todas as enfermidades estão sujeitas a cura divina. (Mt 10.8; Lc 4.18 19); O sacrifício de Jesus Cristo trouxe-nos perdão, libertação e cura (Is 53.4,5; Mt 8.16,17). Ele delegou aos seus discípulos poder para curar enfermos em Seu nome. (Lc 10.9,17; At 3.6,16; 9.34; At 19.11,12)
♦Operação de maravilhas (1Co 12.10). São operações de milagres extraordinários e espantosos pelo poder de Deus, para despertar e convencer os incrédulos.
Poder que ultrapassa as leis naturais do entendimento humano.
c) Dons que manifestam a MENSAGEM de Deus.
♦Profecia (1Co 12.10). É um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação do povo de Deus (1Co 14.3).
Não podemos confundir com a Pregação da Palavra de Deus, apesar de que, neste momento, pode-se profetizar. Este dom está sujeito ao julgamento (1Jo 4.1) e não deve ser usado para beneficio próprio ou de outrem, não é adivinhação e nem causa escândalo, seu objetivo é edificação da igreja. O Profeta deve manter muita atenção para não ser identificado como falso profeta (Ez 13.3). Sabemos também que, há profecias que são para a Igreja (num todo) e há profecias que são em particular (pessoal), isso o “profeta” tem que estar “na fiação do céu” para não causar escândalos, falta de ética e desrespeito. Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (1Co 14.32). Nosso Deus é de Paz!
Todos podem profetizar, porém no culto apenas dois ou três devem profetizar. Nunca devem profetizar ao mesmo tempo para não afetar a ordem do culto. (1Co 14.26-33)
♦Variedade de línguas (1Co 12.10). É um dom de expressão plural. É um milagre linguístico sobrenatural. Nem todos os crentes batizados com o Espírito Santo recebem este dom (1Co 12.30).
Uma edificação pessoal do homem com Deus; e ou uma mensagem para a “Noiva de Cristo”.
♦
Interpretação das línguas (1Co 12.10). É um dom de manifestação de mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. Não se trata de “tradução de línguas”, mas de “interpretação de línguas”. Tradução tem a ver com palavras; interpretação com mensagem. veja 1Co 14.
Ainda em classificação dos Dons temos:
- Dons espirituais de ministérios práticos (Rm 12.6-8; 1Co 12.28-30)
São administrações de serviços práticos que, pela sua natureza, residem no portador.
a) Ministério (Rm 12.7). É servir capacitado sobrenaturalmente pelo Espírito Santo. Ministração, prestar serviço material e espiritual sem esperar reconhecimento ou remuneração.
b) Ensinar (Rm 12.7). É o dom espiritual de ensinar, tanto na teoria, como na prática; ensinar fazendo; ensinar a fazer e a entender. Não confundir com o ministério de ensino de Efésios 4.11 e Atos 13.1.
c) Exortar (Rm 12.8). Exortar aqui, é como dom: ajudar, assistir, encorajar, animar, consolar, unir pessoas separadas, admoestar.
d) Repartir (Rm 12.8). O sentido é doar generosamente, oferecer; distribuir aos necessitados sem esperar recompensa ou reconhecimento, movido pelo Espírito. Este dom ocupa-se da benevolência, beneficência, humanitarismo, filantropia, altruísmo.
e) Presidir (Rm 12.8). É conduzir, dirigir, organizar, liderar, orientar com segurança, conhecimento e discernimento espiritual.
f) Exercitar misericórdia (Rm 12.8). Este dom refere-se à assistência aos sofredores, necessitados, carentes; fracos, enfermos, presos, visitação, compaixão.
g) Socorros (1Co 12.28). Literalmente “achegar-se para socorrer”. É o caso de enfermos, exaustos, famintos, órfãos, viúvas, etc.
h) Governos (1Co 12.28). É um dom plural no seu exercício. É dirigir, guiar e conduzir com segurança e destreza. O termo original sugere pilotar uma embarcação com segurança, destreza e responsabilidade.
- Dons espirituais na área do ministério.
Esses dons são enumerados em Efésios 4.11 e 1Coríntios 12.28,29, a saber:
Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores, Doutores ou Mestres.
Não esqueçamos! A Responsabilidade quanto aos Dons.
1. Conhecer os dons. “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1).
2. Buscar os dons. “Procurai com zelo os melhores dons” (1Co 12.31).
3. Zelar pelos dons. “Procurai com zelo os dons espirituais” (1Co 14.1).
4. Ser abundante nos dons. “Procurai sobejar neles, para a edificação da igreja” (1Co 14.12).
5. Ter autodisciplina nos dons. “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas” (1Co 14.32).
6. Ter decência e ordem no exercício dos dons. “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1Co 14.40).
Poder, sinais, curas, libertação e maravilhas devem caracterizar um genuíno avivamento pleno de renovação espiritual e pentecostal. No entanto, deve ser livre de escândalos, engano, falsificação, mas dentro da decência e da ordem que a Palavra de Deus preceitua (1Co 14.26-40).
“De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
Ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.” Romanos 12:6-8
“Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos.” 2 Timóteo 1:6
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Propósito dos Dons Espirituais: Fortalecer a Igreja.
Visto ser o propósito dos dons espirituais fortalecer a Igreja, as curas, os milagres, as línguas e a profecia não se confinam aos apóstolos, ou a umas poucas pessoas do primeiro século da era cristã. Antes, esses dons foram largamente distribuídos no seio da Igreja. Como já disse, o dom de profecia encontrava-se na igreja em Roma (Rm 12.6), Corinto (1Co 12.10), Éfeso (Ef 4.11), Tessalônica (1Ts 5.20) e Antioquia (At 13.1). O Novo Testamento também cita alguns indivíduos não-apóstolos, mas que eram chamados profetas ou exerciam dons de revelação: Ágabo (At 11.28; 21.10,11), Judas e Silas (At 15.32), as quatro filhas de Filipe, que profetizavam (At 21.9), e Ananias (At 9.10-19). Milagres eram operados em Corinto (1Co 12.20) e nas igrejas da Galácia (Gl 3.5). Havia dom de línguas em Jerusalém (At 2.1-13), em Cesareia, entre os convertidos gentios (At 10.44-48), em Éfeso (At 19.1-7), em Samaria (At 8.14-25) e em Corinto (1 Co 12-14).
O propósito de fortalecer a Igreja é particularmente verdadeiro quanto ao dom da profecia. Paulo mantém que ‘o que profetiza, fala aos homens, edificando, exortando e consolando’ (1Co 14.3). E, novamente: ‘O que profetiza edifica a igreja’ (1Co 14.4). Visto ser a edificação o propósito primário dos dons espirituais, como poderia alguém concluir que foram retirados da Igreja? Se esses dons edificaram a Igreja no primeiro século, por que não a edificariam no nosso século? As próprias declarações da Bíblia forçam-nos a crer na sua continuidade”.
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