Jesus voltou para a Galiléia cheio do Espírito e vai para Nazaré onde Ele tinha sido criado. Ele esteve afastado por algum tempo e no dia de sábado Ele foi para a sinagoga, como era Seu costume. Ele levantou-se para ler, e o livro do profeta Isaías foi entregue a Ele. Desenrolando-lo, achou o lugar onde está escrito:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos cautivos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor.” (Lucas 4:18-19)
Então, Ele fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos na sinagoga estavam fitos Nele. Então Ele lhes disse: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir.” Todas as escrituras do Antigo Testamento devem ser cumpridas no Messias, como Jesus lhes diz depois de sua ressurreição: “Tudo deve ser cumprido o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24:44)
Lucas registra que Jesus levantou-se para ler como era costume em honra da palavra de Deus e se senta para dar a explicação daquilo que Ele acabou de ler de Si mesmo.
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu – No contexto da profecia original de Isaías, que foi declarada centenas de anos antes de Cristo, o Ungido, o Messias foi mencionado e tinha sido ansiosamente esperado e os que estavam ouvindo Jesus compreenderam imediatamente que Ele estava aplicando a profecia para Si mesmo. Ele parou de ler, antes do final das palavras proféticas de Isaías sobre o dia da vingança. Esse tempo ainda está no futuro, quando Jesus voltará como Rei.
Quando Jesus leu as antigas palavras hebraicas, Sua dicção da palavra mashach, “ungido”, deve ter causado assombro. Mashach é a raiz da palavra Mashiach, “Messias.” Quando Jesus finalmente declara: “Hoje se cumpriu a Escritura que vocês acabaram de ouvir “ (Lucas 4:21), deve ter havido um momento de surpresa na congregação.
Para pregar o evangelho aos pobres – Jesus está se referindo aqui aos “pobres em espírito”, a diferenciação entre o humilde em contraste com o orgulhoso como ele se refere a eles no Sermão da Montanha – “Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus” (Mateus 5:3). Uma pessoa humilde é muito mais apta a escutar as palavra de Jesus do que a orgulhosa.
Devemos seguir o exemplo de Jesus e ensinar o evangelho aos pobres e declarar as boas novas, evangelizar e ensinar sobre Jesus e a salvação. Pobre neste contexto é qualquer um que não sabe das riquezas da vida em Cristo.
Enviou-me a curar os quebrantados do coração – Isaías profetizou que Jesus estaria fazendo, Ele foi enviado para curar os quebrantados do coração, assim como Deus havia afirmado: “Ele sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas.” (Salmo 147:3)
As pessoas que estão com coração quebrantados por seu pecado e estão verdadeiramente humilhados no arrependimento vão encontrar a cura quando aceitam, acreditam e confessam Jesus como seu Senhor e Salvador. Necessitamos ministrar ao coração quebrantado e apontá-los a Jesus para que sejam curados.
Proclamar a liberdade aos cativos – Em Atos 10:38 lemos “como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder, e como Ele andou por toda parte fazendo o bem e curando todos os oprimidos (cativos) pelo Diabo, porque Deus estava com Ele”.
Jesus veio para libertar pessoas. A liberdade da qual Ele está falando é do aprisionamento de maus hábitos como o vício, a ganância e os caminhos do mundo. A liberdade que é recebida por um coração humilde, em contraste a um coração orgulhoso é como a parábola que Jesus ensinou sobre o fariseu e o publicano. (Lucas 18:9-14)
E restauração da vista aos cegos – Jesus fez muitos milagres e curou muitas pessoas cegas, Ele mesmo abriu os olhos de um cego de nascença, mas aqui Ele está falando da cegueira espiritual como Ele mesmo diz em João 9:39 “Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que vêem se tornem cegos.“ Jesus queria dizer com isso que os fariseus, que poderia ver se tornaram cego para as verdades de Seu ensino por causa de seu orgulho e incredulidade.
Como crentes, devemos seguir o exemplo de Jesus e procurar abrir os olhos daqueles que são espiritualmente cegos, com as verdades da palavra de Deus.
Para libertar os oprimidos – Muitas pessoas nos dias de Jesus eram oprimidos e muitos tomavam vantagem de viúvas e órfãos. Também eram oprimidos pela cobrança de imposto. As coisas não mudaram em quase 2000 anos, porém, Jesus disse: “Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres” (João 8:36)
Para proclamar o ano aceitável (ou da graça) do Senhor. – No contexto de Isaías 61:1-2, parece referir-se ao Ano do Jubileu, que ocorria a cada 50 anos. Naquele ano, todos os escravos hebreus que poderiam ter sido escravizados por dívida foram libertados. Terra que tinha sido vendida a outro revertia ao seu proprietário ancestral (Levítico 25:8-13). Esta citação se encaixa bem com a predição de Isaías sobre libertação aos cativos e oprimidos.
À medida que continuamos a ler Isaías 61, ele também declara a vinda do Messias no fim dos tempos, para inaugurar um período de liberdade sem precedentes e plenitude. A justiça triunfará sobre a opressão, e os injustos sofrerão castigo severo e a justiça de Deus.
Quando pensamos sobre esta passagem, realizamos que como seguidores de Messias precisamos contar a outros sobre Jesus, e ao fazê-lo, nós também estamos declarando “que agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação!” (2 Coríntios 6:2).
O ano da graça do Senhor é o ano em que somos restaurados e liberados. É o ano em que aceitamos a Jesus como nosso Messias e reconhecemos a necessidade de um Salvador e a aceitação de que nós estamos indo para servi-Lo, louvar-Lo, adorá-lo, honrá-Lo, buscá-Lo e obedecê-Lo para o resto da nossa vida.
Nós temos as maravilhosas “boa novas.” Devemos declarar-la a todos que encontramos. Foi a comissão de Jesus a Seus discipulos e como crentes é nossa também.
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