PENDÊNCIAS RN- Histórico da Igreja Matriz de São João Batista – Pendências/RN


PTT10_Capela de Sao Joao Batista [1945] cópia


E para comemorar esse grande marco histórico de nossa cidade o Pároco do nosso município Pe. Jaiton Soares, convida toda população Pendênciense para vim prestigiar a Santa Missa em ação de graça, em comemoração aos 120 anos de Edificação da nossa Igreja Matriz de São João Batista padroeiro da nossa Cidade a missa, a cerimonia vai ser hoje Igreja Matriz de São João Batista e tem sua previsão para começar a parti das 19H00minç.

Nosso blog vai estar proporcionando pra vocês nossos leitores, em primeira mão a real história da construção Igreja Matriz de São João Batista, confiram

 

Histórico da Igreja Matriz de São João Batista – Pendências/RN

120 Anos de História: um olhar que parte do presente.

Foi na Gestão do Monsenhor Francisco de Assis e Albuquerque que se realizou a construção da Capela de Pendências, edificada em 1895 por Félix Rodrigues Ferreira. Motivos da ereção da capela: o crescimento da população da Fazenda Pendências e a piedade de seus proprietários.

A ideia partiu do humilde vigário de então, que queria facilitar aquela boa gente o culto católico. Aceita por toda população, tal ideia foi colocada em prática sendo as obra custeadas quase exclusivamente por Félix Rodrigues e seu filho João Macário Rodrigues Ferreira tendo contado com as generosas contribuições de outros moradores como o Sr. Manoel Barbosa de Medeiros. A licença para início da obra foi concedida pelo Sr. Bispo da Paraíba, D. Adauto Aurélio de Miranda Henrique, em 24 de setembro de 1894. Não se sabe a data da primeira pedra, todavia consta em data de 08 de abril de 1901, no Livro de Provisões da Secretaria do Bispado da Paraíba a licença para sua benção a pedido do vigário de Macau Pe. Vicente Giffoni. No entanto já de muito antes ali se celebrava o Santo Sacrifício.

No ano de 1900 a Capela recebe pela primeira vez uma visita pastoral. O Exmo. D. Adauto aqui esteve, celebrou e crismou. Um ano depois, em 1901, foi doada a Capela de São João Batista o vulto grande do padroeiro, cuja benção teve lugar no dia 24 de junho do mesmo ano.

Antes da construção da capela em 1895 já se celebrava o Santo Culto Divino nestas terras e louvava-se o Glorioso Padroeiro São João Batista desde 1861 na casa do fundador de Pendências Félix Rodrigues em um altar de alvenaria anexado ao oratório da família.

O local escolhido para a construção da capela foi um montículo do lado norte da grande propriedade, pouco além das casas e um tanto reentrante a Vila, “era cortado pela estrada que ia de Macau á Rosário”. O terreno doado de sorte e planejadamente tinha o arruado incluído nele, em seu tempo não foi passado em escritura pública devido a nobreza do seu doador ser reconhecida pelo povo e ninguém duvidaria da doação. A área de terras doadas partia da Ribeira do Açu até Fazenda Boa Vista o que dava uma légua (6 km) extensão com cinquenta braças de largura de norte a sul. [1]

Do Revmo. Monsenhor Assis em 1895 á 1926 com o Pe. Júlio Alves Bezerra, pároco de São João Batista de Assú, não é possível falar como foram os paroquiados dos padres que por aqui passaram uma vez que não havia associações religiosas na então vila, não havendo, portanto, livros em que se possa colher dados. Somente com a chegada do Revmo. Pe. Paulo Herôncio de Melo para ser vigário de Macau é que vem a ser criada a 1ª associação da capela – o Apostolado da Oração instalada em 08 de janeiro de 1928 e que nas festividades dos 50 anos da então Capela contava com mais de Vinte zeladores e 200 associados[2].

Em novembro de 1935 esteve entre nós, como visitador diocesano, o Revmo. Frei José Maria Casanova da Ordem dos Carmelitas dando inicio na capela a Festa de Santa Terezinha do Menino Jesus, neste mesmo ano foi doada a comunidade a imagem da Santa.

No ano de 1936, como vigário de Macau, aqui chegou o Revmo. Pe. Luiz Teixeira de Araújo. Fundou em 22 de junho do mesmo ano a Irmandade de São João Batista. Nos dias 12, 13, 14 e 15 de novembro realizaram-se as chamadas Missões, pregadas por Frei Damião Bozzano e Frei Antônio do Convento da Penha, Recife/PE. No presente trabalho visamos à parte eucarística onde comungaram 537 homens, 1.157 senhoras e 296 crianças. Encerando o virtuoso ano de 1936, no mês de dezembro, visitou a vila o Revmo. Cônego José Adelino Dantas.

No dia 10 de março de 1940 foi fundada pela provisão canônica concedida pelo Exmo. Senhor Bispo Diocesano D. Marcolino Dantas a Ordem III de São Francisco de Assis por Frei Damião e Frei Agatângelo, continha 38 membros escritos na sua fundação. Na ocasião fora adquirida a imagem de São Francisco de Assis pelos Senhores Firmo Fernandes e Augustinho Fernandes responsáveis também pela construção do corredor esquerdo. Para a imagem de tão virtuoso Santo de Deus foi construído em 1941, um dos dois altares laterais, onde o outro dedicado à imagem do Glorioso São José fruto da generosidade de outro senhor, o comerciante José Martins Ramos, á este devemos a construção do corredor direito e da Torre da Capela com seus “sinos novos” que vieram substituir o primeiro sino da capela que até hoje ainda é usado na Sagrada Liturgia da Capela de São José Operário na Comunidade do Assentamento Marcos Freire. Nestes primórdios eram o Apostolado da Oração e a Ordem Terceira que cuidavam dos arranjos e ornamentos dos altares.

Em 07 de janeiro de 1945 comemorando com grande repercussão o jubileu de ouro (50 anos) da edificação da capela, era pároco de Macau o Revmo. Mons. Joaquim Honório da Silveira “o Santo de Macau”. As festividades duraram dias! Uma extensa programação foi montada e teve como ápice a celebração da Santa Missa. Contou-se com a presença de ilustres figuras do Município de Macau e de todo o Estado, entre elas a do Escritor Luís da Câmara Cascudo e do Dr. Nestor dos Santos Lima, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Na ocasião também houve o lançamento da revista Polianteia – Cincoentenário dirigida pelo notável filho desta terra, Manoel Rodrigues de Melo.

Além de todas as obras e reformas realizadas com o intuito de tornar melhores as estruturas físicas da então capela, foram adquiridos diversos objetos litúrgicos que entre eles vale ressaltar a compra do primeiro sacrário e do primeiro ostensório desta igreja, assim também como a compra dos 50 bancos – estes com melhores acabamentos e que também foram substituídos pelos atuais de madeira de Ipê em 2010. Havia o Coro, o Órgão, o confessionário, o púlpito e toda a Capela tinha iluminação a gasômetro. A igreja também ganha na ocasião ás três portas centrais – que até hoje guardam a Casa de Deus – e as laterais que foram retiradas, com certeza com um motivo que justificasse tal ação, no paroquiado de Pe. Jaime Vieira Rocha, hoje o Exmo. Revmo. Dom Jaime Vieira Rocha, Arcebispo Metropolitano de Natal.

Houve outra perda nesta arquitetura, esta quase irreparável! Uma privação a Nosso Amado Padroeiro. O Altar-mor de alvenaria tão imponente desta igreja juntamente com os outros dois laterais fora demolidos, o que para muitos foi considerado um ato de desrespeito ao bom e piedoso povo de Deus por um padre que por aqui passou. Baseado em visões um tanto equivocadas do importante Concílio Vaticano II, que pretendia muito mais uma renovação da liturgia que dos edifícios sagrados que grudavam tesouros de fé e espiritualidade a muito conservados, o então Pe. José Luiz Silva no ano de 1959 se sentiu no dever de modificar este espaço e assim o fez. O perdão a tal ação não lhe fora concedido pela maioria da população da época e nem da contemporânea. Foram colocados tempos depois o atual altar em pedra calcária, ambão e acentos da mesma pedra que foram removidos recentemente na última reforma da Capela-mor.

Na altura dos seus 50 anos, na Igreja Matriz – neste termo anacrônico, já havia todas estas Imagens Sagras de hoje com exceção da Imagem de Nossa Senhora das Graças e do Cristo Ressuscitado adquiridas em 2013 pela própria Paróquia e, da imagem da Virgem das Dores, também adquirida pela própria Paróquia em 2014. Se havia outras antes ou além destas, não nos são dados registros. Os vultos antigos foram todos doados, e são eles com seus respectivos doadores:

A Imagem Primitiva de São João Batista – doada por Félix Rodrigues Ferreira;

A Imagem Grande do Padroeiro São João Batista – doada por João Rodrigues Ferreira de Melo (Joca de melo) em 1901;

A Imagem do Sagrado Coração de Jesus – doada por D. Perpetua Martins em 1925;

A primeira imagem do Imaculado Coração de Maria – doada por D. Marfada Fernandes não sendo conhecido o ano por falta de registro, nem mesmo oral. A referida imagem por um acidente foi quebrada em 1998 sendo substituída em grande solenidade em 1° de maio de 2005 por outra imagem de estilo diferente doada por D. Zeneide de Medeiros e sua irmã D. Maria do Socorro de Medeiros;

A Imagem de São Sebastião – doada por Tristão Cisneiro de Góis e sua esposa D. Albertina Bezerra de Góis em 1938;

A Imagem de Santa Rita – adquirida em 1940 por meio de uma campanha promovida pelas viúvas da comunidade;

A Imagem de São Francisco de Assis – doada por Firmo Fernandes e Augustinho Fernandes em 1940;

A Imagem de São José – doada por José Martins Ramos em 1940;

A Imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus – doada pelo Frei José Maria Casanova em 1935.

As Imagens de Santo Antônio de Pádua e de Nosso Senhor Morto, que por tempos permaneceu na antiga Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, possivelmente aqui chegaram dentro da década de 40, não se sabe ao certo o ano nem seus doadores;

Em 1956 não existia mais a Vila Pendências. Desde 12 de dezembro de 1953 foi elevada à condição de Cidade aquela grande porção do município de Macau, mas o que nos prende ao ano de 1956 é outra grande desmembração. Neste ano a Capela de São João Batista se tronou Matriz deixando o colo de sua Paróquia Mãe de Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Macau para caminhar com suas próprias pernas e dirigida pelo seu primeiro pároco o Revmo. Padre Teobaldo Dias Ferreira. Pertencia à paróquia de Pendências a região que vai até onde hoje se localiza a cidade de Itajá.

Depois de um século…

Somos agora convidados a nos voltar por meio de um salto na História para o ano de 1995. É o centenário da construção! A primeira semana do mês de janeiro deste referido ano foi dedicada na paróquia pelo Pároco, o Pe. Gilson Oliveira da Silva, á uma vivência reflexiva onde se comemorou com repercussão a data marcante. Foram montadas séries de atividades que incluíram realizações de missões pela área paroquial e culminaram no dia 07 com uma procissão levando a Santa Cruz e que saiu da Casa Grande para a Matriz onde se realizou a Celebração Eucarística.

Semelhante aquele 07 de janeiro, hoje no ano do Nosso Senhor de 2015, celebramos aqui reunidos com grande júbilo os 120 anos da edificação da Matriz de São João Batista. 

O tempo, que é pertencente somente á Nosso Senhor, trata de passar e infelizmente com ele se foi boa parte da nossa história. Dados e registros referentes à nossa querida Matriz, que marcaram uma vez a história de nossos antepassados e com efeito a nossa, se diluem no esquecimento, falho ato do ser humano!

Na tentativa simples e insignificante se comparada ao poder devastador do esquecimento, se tenta fazer uma reflexão longa e profunda da História da nossa amada Matriz. Deslocando-nos no tempo, voltando ao passado, vimos ao longo destes 120 anos um  amor e cuidado do povo  desta terra chamada Pendências para com seu Patrono, o augusto Precursor de Cristo, todavia nos parece que esse zelo não perdurou o suficiente para além dos rumos futuros, pois parte de suas memórias morreram junto com seus pioneiros. Resta aos novos construtores da História, que doravante, além de escrever suas novas paginas resgatem as que foram perdidas. Roguemos ao Glorioso São João Batista para que isso seja possível e que não se deixe morrer mais ainda a memoria do seu povo assim como a sua cultura. Portanto, que sigamos em frente, oferecendo ao presente um valioso contributo para o futuro, cônscios de que esta preciosa história não começou conosco nem conosco há de findar-se.

José Maria Pelonha Gonçalves Júnior – Pendências 07/01/2015

Atualmente como a Igreja se encontra nos dias de Hoje

Igreja Matriz de São João Batista em Pendências – RN (28.10.2013) 

Igreja Matriz de São João Batista em Pendências – RN (12.12.2014)

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Levany Júnior

Levany Júnior é Advogado e diretor do Blog do Levany Júnior. Blog aborda notícias principalmente de todo estado do Rio Grande do Norte, grande Natal, Alto do Rodrigues, Pendências, Macau, Assú, Mossoró e todo interior do RN. E-mail: [email protected]

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