O candidato Henrique Alves (PMDB) bateu na governadora Rosalba Ciarlini (DEM) sem dó nem piedade durante todo o segundo turno das eleições para governador do Rio Grande do Norte.
No programa eleitoral gratuito, espaço reservado para apresentação de proposta, Alves utilizou para atacar a governadora de toda ordem, entendendo que dessa forma seria possível atrair votos e construir vitória eleitoral, aproveitando-se do momento de dificuldade por que passa a administração estadual.
É aquela velha história: para ganhar o poder, vale tudo; inclusive, bater em pessoas indefesas. A estratégia da campanha de Henrique ficou bem evidente: a versão contra o governo Rosalba ficaria como verdade única, já que ela estava impedida de se defender e, em seguida, colaria a imagem do governo na campanha do adversário Robinson Faria (PSD), para triturá-lo nas urnas.
Paralelamente, o que acontece de positivo no Estado, Henrique se intitulou “pai” das ações, puxando para si a construção da barragem de Oiticica, o aeroporto de São Gonçalo do Amarante e até a estrutura da segurança pública que o Governo Federal trouxe para o período da Copa do Mundo em Natal.
A verdade é que todas essas ações foram de responsabilidade da governadora Rosalba, que contou com o apoio da bancada federal potiguar, composta por três senadores da República e oito deputados federais.
Veja só:
Ensina a máxima da política rasteira que uma mentira repetida várias vezes, sem ser combatida, vira verdade.
Foi o caso da acusação feita pelo programa de Henrique de que a Educação do RN desceu à vice-lanterna no Ideb por “culpa da má gestão do atual governo”, quando, na verdade, o RN subiu um degrau e ficou à frente de quatro Estados, já que em 2010, o Estado era o lanterninha nacional, posição indigesta deixada pela gestão Wilma de Faria (PSB), que apoia Henrique.
A governadora Rosalba não teve como se defender, porque ficou sem os canais de comunicação. Impedida de ser candidata à reeleição, por golpe do presidente do seu partido, senador José Agripino Maia, que se aliou a Henrique, Rosalba não dispôs da mesma ferramenta de comunicação do candidato agressor, o horário eleitoral do rádio e da televisão, para fazer a própria defesa, apresentar a sua versão e colocar o seu governo para o julgamento popular.
O fato é que os ataques lançados por Alves ficaram sem resposta. As críticas, todas defensáveis, também. E Rosalba acabou, pelas mãos de Henrique, transformada na “Geni” da campanha eleitoral.
Resta saber, amanhã, se as pedras atiradas se transformarão em votos.
Da coluna de Cesar Santos – DeFato.com