PENDÊNCIAS RN-Dehom atua com efetivo e estrutura abaixo do ideal
O mais recente Mapa da Violência, publicado quinta-feira passada, expôs a escalada das mortes por arma de fogo no Rio Grande do Norte. O número de casos mais que triplicou entre 2002 e 2012, com 171,2% de crescimento, um dos maiores do país. Em Natal, as taxas de óbitos pela mesma causa cresceram 180,3% em período idêntico. A sensação de insegurança e violência vivenciada pela população e referendada pelos dados estatísticos, levou o Governo do Estado a reformular a Delegacia de Homicídios de Natal (Dehom), com objetivo de estancar os índices negativos e elucidar mais crimes violentos. Apesar da sensível redução no número de homicídios desde agosto passado em Natal, a Dehom funciona com efetivo humano e equipamentos de investigação abaixo do ideal.
Pouco mais de nove meses após ter sido reformulada, com incremento no número de delegados, agentes e escrivães de Polícia Civil, a Dehom/Natal carece um aporte de aproximadamente 30 servidores para atuar de forma ainda mais efetiva na investigação, prisão de suspeitos e elucidação de homicídios. “Tenho certeza que reduziríamos os homicídios em Natal em 50%”, analisou o delegado titular da Dehom, Fábio Rogério Silva, caso houvesse a integração de, pelo menos, mais cinco novas equipes ao quadro. A introdução de novos servidores configuraria, segundo o delegado Fábio Rogério Silva, a criação da Divisão de Homicídios, com o funcionamento de oito delegacias no prédio da Dehom/Natal.
O delegado-geral de Polícia Civil, Estênio Pimentel, foi procurado para comentar a possibilidade de expandir o quadro funcional da Delegacia de Homicídios de Natal. Pimentel, entretanto, estava em viagem a Brasília e não respondeu ou retornou as tentativas de contato telefônico sexta-feira passada. A estrutura humana da Dehom, atualmente, conta com 20 agentes de plantão divididos em quatro equipes, com mais um delegado e um escrivão cada, que atuam nos locais de crimes e levantamento de informações iniciais sobre determinado homicídio. No administrativo e investigação, são cinco delegados, sete escrivães e outros 22 agentes. “O efetivo não é suficiente. Há um passivo de inquéritos de 2014 aguardando resolução”, comentou Fábio Rogério Silva.
Desde que assumiu a titularidade da Dehom, em fevereiro passado, Fábio Rogério Silva comentou que fez algumas alterações operacionais na Delegacia e prioriza a prisão de suspeitos em homicídios. “As prisões criam um efeito pedagógico positivo até no mundo do crime. O homicida, assim como os demais criminosos, querem praticar os crimes e se dar bem. Eles não querem cometer crimes e ir para a Cadeia. Eles querem ficar numa boa. Matando um e comemorando”, comentou. Mesmo com dificuldades estruturais, ele não deixou de ressaltar os avanços que a Dehom/Natal trouxe para a capital. Ainda assim, meses como o de janeiro deste ano, por exemplo, registrou 40 homicídios somente em Natal, quase o mesmo quantitativo do mesmo período de 2014.
“Hoje, estamos com um pouco mais de estrutura. Dá para perceber que resultados muito bons foram conseguidos nesses três meses. Prisões importantíssimas foram realizadas, crimes elucidados, inquéritos concluídos e remetidos à Justiça”, listou o delegado. Além de Natal, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, Mossoró, também conta uma Delegacia Especializada em Homicídios, responsável pela redução dos crimes desta natureza no município do Oeste.
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