PENDÊNCIAS RN -Caso Potiporã – População se mobiliza contra crime ambiental, Jornal de Fato
Revoltados contra falta de providências por parte das autoridades com relação à denuncias de crime ambiental, moradores de pelo menos três bairros do município de Pendências realizaram, no último domingo (27), uma mobilização para denunciar novamente crime ambiental praticado pela empresa Potiporã, que é responsável pelo beneficiamento de camarão.
Mesmo empregando um bom número de pessoas na cidade, a empresa está sendo denunciada por mais de 400 pessoas, em virtude do mau cheiro exalado de uma lagoa próxima às residências.
No dia da mobilização, restos dos camarões que seriam levados para as fazendas do grupo caíram do caminhão e se espalharam pela Avenida Domingos Praxedes, provocando a revolta da população. Indignados, populares recolheram o que tinha caído e foram deixar na portaria da empresa, alguns mais exaltados, espalharam os restos nos vidros da portaria da empresa. A ação foi acompanhada de perto pelos seguranças da empresa, mas não revidaram a ação da população.
De acordo com os moradores, não é de hoje que a população reclama da empresa. Há anos que a população reclama do mau cheiro que vem da lagoa onde são jogados os restos da operação do beneficiamento do crustáceo. Produtos para diminuir o odor eram colocados, mas nos últimos anos, a empresa não vem fazendo esforço concentrado para resolver rapidamente o problema que, além de ser um grande crime ambiente, está prejudicando a população.
“O mau cheiro prejudica alunos das Escolas das comunidades, que são obrigadas a inalar o odor, além disso, famílias que residem próximo à lagoa não podem dormir, nem fazer as refeições, pois o mau cheiro se faz presente durante todo o dia. A fedentina insuportável é sentida a mais de 1km de distância”, disse o morador João Fonseca Neto, o “Pepeu”, um dos líderes do movimento.
Empresa inicia novo tratamento de resíduos
Na última segunda-feira (27), o prefeito Ivan Padilha, juntamente com um grupo de representantes do movimento, se reuniu com o gerente de beneficiamento da empresa Potiporã, Cristiano Gomes, e outros representantes da empresa. Na oportunidade, eles pediram ao prefeito e os representantes da população um prazo de mais 20 dias para que os resultados do trabalho de limpeza da lagoa possam ser avaliados. “Nos reunimos com o prefeito e os representantes para solicitar um prazo no sentido de que posamos avaliar os efeitos do tratamento que foi iniciado. A princípio, em 20 dias poderemos analisar se a situação está sendo contornada ou não e tomarmos novas providências”, disse Cristiano Gomes em contato com a reportagem do JORNAL DE FATO.
Embora não tenha participado da reunião na segunda-feira, porque se encontra em serviço, João Fonseca Neto, o “Pepeu”, disse que espera que uma solução realmente possa ser efetivada, tendo em vista que pelo menos três reuniões foram realizadas anteriormente e nada foi resolvido. “Tinha sido realizada uma reunião com Cristino na última terça-feira (22), ficou garantido, por parte da empresa, uma solução para o problema até dia 8 de maio. Mas, agora foi feita essa nova reunião em que foi acertado um novo prazo. Esperamos que aconteça alguma definição, porque, não estamos mais aguentando tanto mau cheiro”, disse.
Segundo ele, pessoas que residem nos bairros afetados pela fedentina têm procurado os postos de saúde com problemas respiratórios e mal-estar devido à inalação do mau cheiro que vem das águas servidas da empresa.
De acordo com Pepeu, líder do movimento, a intenção não é da empresa encerrar as atividades, mas sim da Potiporã encontrar rapidamente uma solução.
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