Um ataque a um café em Copenhague que promovia um debate sobre religião e liberdade de expressão terminou com um morto e três feridos. O evento prestava uma homenagem às vítimas do atentado contra o semanário satírico Charlie Hebdo e contou com a presença do embaixador francês na Dinamarca, François Zimeray, e do cartunista sueco Lars Vilks, ameaçado de morte por muçulmanos em 2007 por ter retratado o profeta Maomé como um cachorro. Zimeray e Vilks saíram ilesos do ataque deste sábado.

Pelo menos 40 disparos foram ouvidos, segundo a rede britânica BBC. “Eles atiraram contra nós de fora do prédio. Foi a mesma intenção que tiveram no Charlie Hebdo, exceto que não puderam entrar”, disse o diplomata.

“Os guardas gritaram ‘todo mundo sai’ e nós fomos empurrados para fora da sala”, contou a organizadora do evento no café do café Krudttoenden, Helle Merete Brix, à Reuters, por telefone. “Eu vi um deles correndo, usando uma máscara. Não havia nenhuma maneira de descrever seu rosto. Eu nem tenho certeza se se tratava de um ou dois (suspeitos).” O comandante da polícia Henrik Blandebjerg disse à TV local que havia dois suspeitos, e que um carro de fuga foi encontrado nos arredores da capital. O homem morto tinha 40 anos.

Após os ataques contra a revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, no começo do ano, Vilks havia dito à Associated Press que cada vez menos organizações o chamavam para eventos devido às preocupações de segurança. Ele afirmou também que achava que o serviço secreto da Suécia, que emprega guarda-costas para protegê-lo, reforçaria ainda mais a segurança em torno dele. Há dois anos, uma mulher norte-americana que chamava a si mesma de Jihad Jane foi condenada a dez anos de prisão por tramar a morte do artista.

(Com Estadão Conteúdo, EFE e Reuters)