“O que querem os gays na avenida que é o maior símbolo do capital? Nós queremos respeito. Queremos dignidade”, sintetizou o sócio-fundador da associação da parada, Nelson Matias, sobre o espírito do evento. “Amar quem eu quero é um direito de foro íntimo. A sociedade tem que respeitar e o governo, garantir”, acrescentou ao participar da entrevista coletiva de abertura do evento.
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvati, disse que a comunidade LGBT deve aproveitar a mobilização conseguida com a parada para pressionar o Parlamento pela aprovação de projetos contra o preconceito. “Vocês colocam 2 ou 3 milhões de pessoas na rua. Vocês precisam transformar isso em votos no Congresso Nacional. Porque essa imagem de poder do homem branco, rico e hétero está instalada lá”, ressaltou a ministra.
Ideli manifestou apoio ao Projeto de Lei 122 de 2006, que tipifica a homofobia como crime, uma das principais bandeiras da parada.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, destacou que, apesar do clima festivo, a parada ainda remete a temas de grande seriedade. “Nós entendemos que isso aqui é uma parada cívica. Para nós, infelizmente, ainda não é uma festa”, disse o prefeito, que lembrou as “atrocidades” cometidas por pessoas que têm preconceito.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aproveitou o momento para anunciar a instalação da sede do Museu da Diversidade Sexual, na Avenida Paulista. A instituição funciona atualmente na Estação República do metrô, onde recebeu cerca de 35 mil visitantes ao longo do ano passado.
O governo trabalha agora para a desapropriação indireta de um casarão do século 19, remanescente do início da ocupação da região. “Quem passar na Paulista vai ver uma casa em mau estado. Mas ela será restaurada para ser o Museu da Diversidade”, anunciou o governador.
Fonte: Agência Brasil